Delegado vai confirmar dados no PR e ouvir testemunhas sobre endereço de Nilson Pavão

 

Delegado assistente da Seccional de Polícia Civil de Assis, Ricardo Fracasso ficou boa parte da manhã desta quinta-feira, 10 de agosto, em oitiva com o vereador Nilson Pavão (PMDB) e o advogado dele, Célio Diniz. Foi o começo dos trabalhos de um inquérito policial para apurar denúncia de crime de falsidade ideológica, feito pelo Ministério Público de Assis.

Segundo Ricardo Fracasso, o vereador apresentou a versão dele, afirmando que nunca foi habilitado no Paraná e que a denúncia aponta isso, além do endereço fornecido ser de Tarumã.

O indagado afirmou à autoridade policial que já é habilitado para dirigir veículos, há vários anos, e que apenas renovou a CNH em Tarumã-SP.

“Ele assinou uma declaração falando que morava em Tarumã no momento de tirar a habilitação. Agora vamos confirmar os dados, no Paraná, e ouvir testemunhas em relação ao endereço dele; ver onde realmente mora”, relatou Fracasso.

O vereador alegou ao delegado que só fez a renovação da CNH em Tarumã porque era morador de rua e não tinha endereço algum para fornecer.

Sobre a possibilidade de Nilson Pavão perder o exercício de mandato legislativo, Fracasso comenta que eventual condenação final, em transitado e julgado, suspende os direitos políticos dele.

Entretanto, o próprio delegado reconhece que essa é uma decisão bastante demorada.

Delegado Ricardo Fracasso é quem preside o inquérito

DENÚNCIA ANÔNIMA E EVASIVA

Contatado pela redação Abordagem Notícias, Célio Diniz relata que, dias após a eleição de seu cliente, chegou uma denúncia ‘anônima e evasiva’ ao promotor de justiça do Ministério Público de Assis (Eduardo Henrique Amâncio) dizendo que o vereador recém-eleito teria tirado a carteira de habilitação no Paraná.

“Quando o promotor recebeu a denúncia, a encaminhou à delegacia de Polícia Civil, que abriu inquérito para apurar o caso. No Detran apareceu o endereço dele, como sendo morador em Tarumã, município onde nasceu e viveu boa parte da sua vida. Ele não tem pai, filhos, irmãos, é nômade, era morador de rua”, enfatiza Diniz.

O advogado complementa que Nilson Pavão mantinha contato com uma família de Tarumã, e, como não tinha endereço fixo, passou a usar esse para correspondências.

Sobre o que pode ocorrer com seu cliente, Diniz cita que o inquérito vai para o promotor, que irá resolver se arquiva, ou acata a denúncia, o que não afeta a vida de Pavão como vereador, com uma ressalva:

“Isso (suspensão do cargo) pode acontecer se, eventualmente condenado, aparecer alguém interessado em tirá-lo do cargo. Essa pessoa poderá protocolar um pedido de afastamento, alegando quebra de decoro parlamentar. Mas não acredito que essa denúncia seja acatada”, finaliza Célio Diniz. Fonte: Abordagem Notícias