“Governo” interino de Michel Temer quer retirar direitos dos trabalhadores

 

Em meio às ofensivas do “governo” interino de Michel Temer para aumentar o tempo que o trabalhador tem de trabalhar para se aposentar – há proposta de que seja com idade mínima de 65 anos tanto para homens como mulheres –, na capital paulista há mais um problema: não conseguem fazer o pedido do benefício no INSS.

A situação foi detectada desde a terça-feira 18 de maio (mesmo dia em que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu a idade mínima), quando o setor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, que faz as solicitações dos bancários junto ao INSS não conseguiu agendamentos pela internet. Outros sindicatos da capital tiveram a mesma dificuldade.

Na segunda, 23 de maio, o problema se agravou: a Central Telefônica 135 disponibilizada ao cidadão para iniciar seus processos de aposentadoria também não estava fazendo agendamentos. Em um posto do INSS, uma gerente afirmou que os funcionários receberam comunicado interno com proibição de responder a qualquer questionamento relacionado à suspensão de pedidos.

O Sindicato contatou o 135, novamente nesta segunda, e a informação foi de que não havia vaga para agendamento em nenhum dos postos da capital. Já a assessoria de imprensa do INSS de São Paulo relatou que a informação sobre o funcionamento desse serviço deveria ser passada por Brasília.

O Sindicato dos Bancários de Assis e região reforça ser necessária a normalização urgente desses agendamentos. “Os trabalhadores estão preocupados de haver mudanças na aposentadoria que os obrigue a trabalhar ainda mais como defende o ‘governo’ de Michel Temer. Já deixamos claro que não aceitaremos um golpe nos direitos da classe trabalhadora e iremos à mobilização e, se necessário, à greve para evitar qualquer retrocesso”, reforça o presidente, Helio Paiva Matos.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) não compõem o bloco que está negociando essa matéria com o “governo” interino. A Central, inclusive, divulgou nota oficial em que afirma não negociar idade mínima. “Não aceitamos que haja imposição de idade mínima nem outras medidas que venham a prejudicar os trabalhadores. Queremos uma Previdência que pague benefícios justos, mas sem mais sacrifícios para as pessoas, tanto da cidade quanto do campo”, afirma.