Irmã disse que todo o patrimônio da família foi pago pela ex-tesoureira

 

A irmã da servidora pública suspeita de desviar R$ 3,5 milhões da prefeitura de Santa Cruz do Rio Pardo (SP) prestou depoimento nesta sexta-feira (13). Sílvia Feitosa disse à polícia que todo o patrimônio da família foi pago pela ex-tesoureira. Sueli Feitosa continua foragida da Justiça.

Segundo o delegado Renato Mardegan, essa declaração desmente a versão que a mãe falou à polícia. “A mãe disse que tudo que conseguiu foi com muita luta,  vendendo e comprando imóveis. Já a Silvia contou que jamais conseguiriam fazer tal patrimônio com o salário que a mãe recebe. Todas as coisas que eles têm foi com ajuda direta da investigada.”

Ela falou à policia por mais de quatro horas. Ao final foi levada pelos delegados até a casa onde mora no bairro Brauna, um dos mais valorizados da cidade. No local foi apreendido um carro.

A polícia já ouviu no inquérito as três irmãs de Sueli, dois cunhados e a mãe dela, todos na condição de investigados. A ex-tesoureira da prefeitura está foragida desde o dia 30 de dezembro do ano passado. A prisão preventiva dela foi decretada pela Justiça com base no pedido feito pela Polícia Civil.A polícia ainda aguarda a decisão da Justiça sobre os pedidos de quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico de Sueli Feitosa.

Sueli Feitosa mora em um dos bairros mais valorizados da cidade (Foto: Reprodução/TV TEM)Sueli Feitosa mora em um dos bairros mais valorizados da cidade (Foto: Reprodução/TV TEM)

Desvio de verba
Segundo o delegado, o objetivo é descobrir qual o real patrimônio construído pela funcionária pública Sueli de Fátima Feitosa enquanto ocupou o cargo de diretora na prefeitura. “Através da queda do sigilo fiscal nós conseguimos analisar o patrimônio dela e dos familiares a fim de verificar se existe uma correspondência entre o ganho real e o patrimônio que eles ostentam e declararam à Receita Federal.”

Segundo as investigações, a suspeita pegava dinheiro do caixa da prefeitura e depositava em contas pessoais. Para esconder o desvio extratos bancários eram falsificados. A Polícia Civil apreendeu documentos, contratos e computadores na casa da suspeita – que não está na cidade – e de parentes dela. Todo o material está sendo analisado. Segundo o delegado, o responsável pode responder por peculato, falsificação, falsidade ideológica, estelionato e possível associação criminosa.

Cortes no investimento
Os servidores de Santa Cruz do Rio Pardo ficaram sem abono salarial em 2016 e a reforma da rodoviária da cidade, prevista para 2017, vai ter que ser adiada, segundo o prefeito Otacílio Parras Assis, que afirmou que o dinheiro desviado dos cofres municipais vai reduzir investimentos previstos pra 2017, ano em que ele começa seu segundo mandato.

“Não temos como fazer a reforma da rodoviária, a reforma do posto de Sodrélia, a compra de máquinas e o abono de R$ 500 que seria dado aos funcionários não tem como ser feito. Fonte G1