Jovem que retirou 23 tumores se recupera em casa após tratamento

 

A estudante Mayara Gromboni se recupera em casa após realizar a quimioterapia localizada para retirar três tumores que apareceram em seu braço esquerdo. A jovem de Jaú (SP) é portadora da síndrome de Le Fraumeni e já retirou 23 tumores, mas desta vez precisou da ajuda de outras pessoas para pagar o procedimento. Ela conseguiu R$ 20 mil em oito dias com uma campanha na internet.

O procedimento foi realizado em um hospital de São Paulo no dia 12 de novembro. A jovem passou oito horas no centro cirúrgico e um dia na UTI, mas teve alta quatro dias depois do procedimento de perfusão. “Foi bem dolorido, até hoje estou tomando remédio, mas já está bem melhor. Está saindo a vermelhidão, desinchando. Graças a Deus passou.”

Agora falta a segunda etapa do tratamento que será realizado daqui a 90 dias. Ela deve fazer uma cirurgia para retirar os tumores, também no hospital em São Paulo. “Os tumores ainda não foram retirados, a perfusão foi realizada e os tumores ainda vão morrer para ficar mais fácil de tirar”, explica Mayara.  A jovem já começou a fazer fisioterapia para voltar os movimentos do braço, que ficaram comprometidos durante a quimioterapia.

Síndrome
A síndrome de Le Fraumeni é uma doença hereditária que faz tumores crescerem no corpo. Desde os 7 anos, Mayara já retirou 23 tumores, 16 malignos e sete benignos, mas agora luta contra o tempo para retirar os que cresceram no braço.

Na tentativa de se livrar dos tumores no braço, a jovem já enfrentou duas cirurgias, mas sem sucesso. Os outros procedimentos foram pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou pelo seu convênio, mas no momento, a alternativa é fazer a quimioterapia localizada, mas o procedimento é caro e a família não tem como arcar com os custos. Ao todo, Mayara precisa de R$ 20 mil para pagar o tratamento. “Foi um desespero a hora que soube o valor. Não tinha como pagar”, lembra.

Além de arrecadar o dinheiro usado no tratamento, o site “Todos Ajudam” explica o que é a síndrome Le Fraumeni e mostra fotos de Mayara durante o tratamento dos tumores.  “Eu não esperava que tanta gente iria aparecer querendo ajudar, não só com dinheiro, mas de várias formas. As pessoas perguntam o que podem fazer para me ajudar e dizem que estão orando por mim”, contou Mayara, que sonha em estudar medicina e também ajudar pessoas que, como ela, lutam para viver.

Coragem de família
A luta constante pela vida começou aos sete anos de idade. A coragem de lutar contra os problemas Mayara aprendeu com o irmão, Marcelo Gromboni, que já teve um tumor na cabeça e hoje leva uma vida normal.

“Ela olha para mim e vê que deu certo. Nós tínhamos uma chance bem pequena e, graças a Deus, não tive sequela nenhuma.  Fiz o tratamento, resolveu, e agora estamos acompanhando ela. Quando você pega o exame e vê que não deu nada, a gente volta para casa em paz”, conta Marcelo.

A mãe dos dois, Selma Gromboni, tem muito orgulho dos filhos e da coragem de lutar pela vida que os dois têm. “A Mayara e o Marcelo são pessoas super positivas. A maneira de eles encararem tudo isso para mim é uma resposta muito boa. E quando eu olho em volta e vejo muitas pessoa ajudando, nos acolhendo, a situação se torna menos difícil”, afirma a mãe de Mayara e Marcelo.

Campanha
A jovem contou ao G1 que estava assustada com a quantidade de pessoas que estavam ajudando. “Foi um susto. Recebemos doações de pessoas até de outros países: Israel, Argentina, Índia, Suíça”, diz.

A jovem, que contou com a ajuda de muitas pessoas para se tratar, está muito feliz. “Existem pessoas boas. Queria agradecer as pessoas que conheço e que não conheço. Que Deus os abençoe. Tinha certeza que ia dar certo, porque tem muita gente querendo fazer o bem ao próximo. Não posso agradecer um a um, mas rezo por todos que me ajudaram”, diz. Fonte G1