Produtores rurais investem em modelo de agricultura para venda direta

 

Há três anos o produtor Francisco de Assis Pereira deixou de ser feirante na capital paulista para trabalhar em uma fazenda em Itapetininga (SP). O sustento da família vem de três hectares, onde nenhum tipo de agrotóxico é usado.

A maior parte do que ele planta vai para a mesa da própria família. Além de ter certeza de que os alimentos não estão com veneno, o agricultor sabe que toda a produção será vendida. Ele participa de uma Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA). A ideia surgiu no Japão há 40 anos e vem ganhando adeptos no Brasil.

Cada uma das 27 famílias que formam o grupo paga, por mês, uma cota de R$ 180 para financiar a produção do Francisco. A Sophie, dona da fazenda, conheceu o sistema CSA quando morou na Europa e resolveu implantar o modelo no interior de São Paulo.

Sophie afirma que o sistema representa uma revolução por não trabalhar a cultura do preço e, sim, a do apreço. Uma vez por semana os produtos são retirados da horta e separados em cestas. Horas depois da colheita, os alimentos já estão com os consumidores, que no CSA são chamados de co-agricultores.

O professor Vicente Barros, que é um dos co-agricultores, diz que além de pagar para ter os produtos, a pessoa acompanha a produção. Ele explica que se a produção aumentar, o participante irá receber uma quantidade maior do que o combinado e, caso haja algum problema de ordem climática, também arcará com a alteração.

A garantia de uma renda fixa foi o que fez Jeferson Parra, de Boituva (SP), aderir também a uma CSA. Cerca de 40 famílias assinaram um contrato de um ano com o agricultor e pagam 190 reais por mês para contar com a produção de vários alimentos. Fonte G1