Medicina da FEMA fala sobre educação sexual a crianças

 

“Conversa de Quinta” abordou temas como puberdade, sexualidade e preconceito

 

Os estudantes de Medicina da FEMA que atuam na unidade Vitória da Estratégia Saúde da Família concluíram na quinta-feira, dia 4, a primeira edição do “Conversa de Quinta”. A ação tratou assuntos relacionados à educação sexual.

“Constantemente, fazemos reuniões em sala de aula para problematizarmos a vivência do nosso estudante na prática”, explica a professora do curso de Medicina Paula Chadi. “Nesses encontros, detectamos um grande número de gravidez na adolescência e de casos de DST, doença sexualmente transmissível”.

Dessa maneira, e supervisionados pela preceptora da ESF Vitória Janaina Martinez, os estudantes da FEMA criaram o projeto “Conversa de Quinta”. Em seis quintas-feiras, o grupo desenvolveu uma série de atividades junto aos alunos do quinto ano da escola Mafalda Salotti Bartholomei Profa, na Vila Progresso.

Um dos desafios era abordar a educação sexual de maneira a reter a atenção desse público. “Palestras, às vezes, são cansativas, improdutivas, principalmente com crianças. Então, elaboramos outras estratégias, utilizando recursos como vídeos, maquetes, massa de modelar, paródias”, diz a estudante de Medicina Kathiane Balieiro. “Falamos da puberdade, sexualidade, prevenção, preconceitos”.

Para Fernando Oliveira, professor da unidade de ensino, um dos méritos do projeto está justamente em sua metodologia. “Os estudantes trataram o assunto de forma natural com as crianças. Com isso, elas estabeleceram uma relação de amizade com o grupo da FEMA, diminuindo a barreira que muitas vezes existe entre médico e paciente”.

ESF e Medicina

A parceria entre o sistema de saúde de Assis e a Medicina da FEMA teve início em março de 2016. Uma vez por semana, as unidades da Estratégia Saúde da Família recebem as turmas formadas por estudantes, professor e preceptor. Os alunos elaboram tarefas em sintonia com as necessidades dos moradores locais.

A ESF é uma evolução do Programa Saúde da Família, implantado pelo Ministério da Saúde em 1994. Em Assis, o projeto teve início em 1995. As unidades são compostas por um médico generalista, enfermeiros, auxiliares e agentes comunitários.

Os profissionais trabalham não apenas no atendimento aos pacientes, mas também realizam atividades de prevenção e mapeamento das vulnerabilidades específicas de cada território.

“A rede nos acolheu muito bem e compreendeu a importância do processo educativo dentro das unidades de saúde”, avalia a professora Paula Chadi. “A comunidade cada vez mais nos identifica como parte do sistema de saúde. Temos ainda um longo caminho pela frente, mas estamos muito motivados”.