‘Acabaram com a minha família’, diz pai de mulher morta em chacina
O pai de uma das três mulheres encontradas mortas, na Vila Industrial, em Bauru (SP), na madrugada desta terça-feira (19), ainda tenta entender o por que da chacina provocada por João Paulo Barros de Oliveira, de 24 anos. Preso na floricultura onde trabalhava, ele confessou o assassinato de Patrícia Pamela Peixoto, Cristiane Lopes Vendramini e de Damiana Pereira Lopes, de 72 anos.
De acordo com as primeiras investigações da polícia, o crime teria sido motivado por ciúmes. “Acabaram com a minha família e estou sem palavras. Agora é entregar na mão de Deus e ver o que vai acontecer. Acreditar que seja feita justiça”, lamenta Márcio Ricardo Peixoto, pai da advogada Patrícia.
As três mulheres foram encontradas mortas com sinais de violência dentro de uma casa na rua Jerônimo Hernandes. A filha de Cristiane, de apenas seis anos, presenciou o assassinato e chamou os vizinhos e o avô, de 90 anos, que é deficiente auditivo.
Foi a menina quem acordou o aposentado Helonito Vendramine, também morador da casa para contar o que viu. “Acabaram com a minha família, minha companheira”, conta o idoso. A criança e o aposentado acordaram a vizinhança para pedir socorro. “Ele veio pedir socorro dizendo que tinham matado todo mundo na casa dele. Ele estava super desesperado. Foi muito triste”, lembra a vizinha Maria José dos Santos.
Estado de choque
Quando os policiais chegaram na casa a menina estava em choque, mas conseguiu falar sobre o crime. “A menina fala que ele a teria segurado em um determinado momento e tentado acalmá-la dizendo que nada aconteceria com ela. Nós estamos aguardando o Conselho Tutelar para verificar o que realmente aconteceu”, explica o capitão da Polícia Militar, Paulo César Valentim.
João Paulo, que morava há dois anos com Patrícia, de 27 anos, fugiu com o carro dela, colocou fogo e abandonou o veículo em um matagal. Ele deverá responder na Justiça por triplo homicídio. A menina que viu de perto os três assassinatos está sendo acompanhada por um conselheiro tutelar e foi atendida também por psicólogos. O pai da criança mora em Campo Grande (MS) e, por enquanto, ela vai ficar com uma tia.