Alzheimer: como lidar com essa disfunção?
Atualmente, de acordo com dados da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), cerca de 1,2 milhão de brasileiros possuem o distúrbio neurodegenerativo. Ao falar sobre o mundo todo, os números alcançam a marca de 35,6 milhões de pessoas. Mas o que é essa doença que preocupa a saúde público mundial e assusta, principalmente, quem está na terceira idade.
Desvendando o conceito
Em relação aos sintomas ocasionados pelo Alzheimer, o mais conhecido deles, sem dúvida, são as frequentes perdas de memória. No entanto, os danos vão além das falhas de lembranças. Segundo o médico geriatra e cooperado da Unimed Bauru, doutor Guilherme Pupo, “ao longo da evolução da doença, o quadro só se agrava e ocorrem dificuldades para completar raciocínio, a pessoa não consegue encontrar uma palavra para completar o final da frase e há complicações para realizar atividades do dia a dia, por exemplo”.
Essas disfunções são fruto de diversas complicações que ocorrem no cérebro com o passar dos anos. Tudo começa com a formação de placas que interferem diretamente na comunicação dos neurônios. “O que acontece é que o organismo, de uma hora para outra, começa a produzir uma substância proteica, chamada beta-amilóide, que vai se instalando na parede das células e gerando uma reação inflamatória e um processo de atrofia”, explica Pupo. Deste modo, o paciente passa a ter dificuldades de orientação, de atenção e cálculo, de linguagem e de funcionalidade.
Como detectar?
O diagnóstico do Alzheimer, assim como a própria doença, está longe de ser simples e demanda uma atenção a mais. Em primeiro lugar, há a realização de exames, como a tomografia e a ressonância magnética, que, de acordo com Pupo, são alguns dos primeiros passos para a identificação das proteínas que agem na degeneração cerebral. Após essa etapa, é importante a execução de outros testes para comprovar a presença do distúrbio. Nesse contexto, podem ser aplicados alguns métodos de análise para verificar o estado mental do paciente. “No consultório, aplica-se um teste com uma escala de zero a trinta pontos. Quando o resultado é abaixo de 23/24 pontos, considera-se como um grau de demência e, dependendo do número de pontos, existem as classificações leve, moderada ou grave”, detalha o especialista.
Aprendendo a conviver
Como quase todos sabem, o Alzheimer, como grande parte das doenças neurodegenerativas, não tem cura. Além disso, não se descobriu nenhuma maneira de prevenir o seu surgimento. No entanto, após o diagnóstico, é fundamental o acompanhamento médico para adiar o agravamento do quadro. “Os remédios existentes diminuem a velocidade de evolução da doença. Por exemplo, é como diminuir a velocidade de um carro de 120 Km/h para 40 Km/h, ele vai frear, mas continuará andando”, afirmar Pupo.
Além disso, outras pequenas mudanças nos hábitos dos pacientes podem contribuir nessa batalha. O principal passo é manter o cérebro da pessoa em constante funcionamento, com a realização de atividades diariamente. “É essencial que o cérebro seja estimulado a todo momento para que ele não atrofie e perca as suas capacidades. Qualquer coisa que reforce a concentração e a memória, como a leitura, jogos de cartas, interação na internet e escrita, vai estimular e ajudar a parte cognitiva. Também é importante aprender coisas novas (utilizar a internet, por exemplo), já que é essa a maior dificuldade dos pacientes”, indica o geriatra.
Apoio de todos
O Alzheimer, apesar de ser um distúrbio que afeta diretamente o cérebro, prejudica todos os âmbitos da vida do paciente, desde atividades mais complexas até ações simples do dia a dia, como caminhar e comer. Por isso, o que as pessoas diagnosticadas mais necessitam é da atenção e do carinho de quem faz parte do seu círculo social. A companhia e a paciência nesse momento também são fundamentais para que todos se adaptem a uma nova rotina e tornem a situação menos complicada.
Para garantir que esses passos sejam seguidos, instituiu-se em 21 de setembro como o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença de Alzheimer. O objetivo dessa ação é promover o conhecimento sobre a demência para que a comunidade passe a ser solidária. Outra iniciativa é a campanha Setembro Lilás, que se entende por todo o mês e visa levar informações sobre a doença e como manter o bem-estar dos idosos.
Pensando na qualidade de vida da comunidade, a Unimed Centro-Oeste Paulista apoia essa iniciativa e promove diversas ações para orientar a população que convive ou possa conviver com casos do distúrbio. Confira as dicas acessando o site www.unimedcop.coop.br. Fonte G1