Assis perde seu único cinema público
Está sepultado, faltando apenas a pá de cal e o registro de óbito, para decretar a morte do único cinema público de Assis. Sala de projeção já não funciona há anos.
O único espaço não privado para projeção de filmes na cidade, localizado na esquina da rua Brasil com Floriano Peixoto, que já não funcionava há anos por precariedade das instalações físicas, sem segurança e acessibilidade e com equipamentos quase obsoletos, será repassado para a Fundação Educacional do Município de Assis -FEMA- usar para cerimoniais de formaturas e como auditório de eventos.
A notícia da cessão do patrimônio cultural á instituição de ensino já havia sido antecipada pelo semanário Jornal da Segunda há alguns meses.
O mais recente capítulo do filme ‘Era uma vez um cinema público’, que culminará com o fim da sala de projeção pública em Assis, aconteceu no dia 15 de março, quando o Conselho Municipal de Cultura, presidido pelo músico e produtor musical Rodolfo Hansted Neto, se reuniu de forma extraordinária e aprovou, por unanimidade, o repasse do patrimônio público à instituição de ensino superior.
Falta, agora, só a pá de cal.
O prefeito José Fernandes, do PDT, com a autorização dada pelos conselheiros da Cultura, avalizada anteriormente pelo Conselho Curador da própria FEMA, deverá elaborar um projeto de lei a ser enviado ao Poder Legislativo para aprovação, o que, pelo que se vê no relacionamento entre os dois poderes, não sofrerá nenhum tipo de obstáculo, apesar de um ou dois votos contrários dos 14 parlamentares com direito a decidir.
A certidão de óbito, que atestará a morte do cinema público de Assis, se dividirá em dois documentos: sanção do projeto e publicação da lei.
Aí, definitivamente, fecham-se as cortinas, apagam-se as luzes e termina o espetáculo. Fonte: Carta Democrática