Bancos provocam desemprego na era digital

 

Os bancos fecharam 9.886 postos de trabalho no ano passado de acordo com a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), divulgada no dia 22 de janeiro pela Contraf-CUT. O número quase dobrou em relação a 2014, quando foram fechados 5.004 empregos no setor bancário, representando um avanço de 97,6%.

Os bancos múltiplos, com carteira comercial, categoria que engloba grandes instituições, como Itaú, Bradesco, Santander, HSBC e Banco do Brasil, continuam sendo os principais responsáveis pelo saldo negativo. Eles eliminaram 7.248 empregos em 2015 (73% do total). Na Caixa, foram fechados 2.497 postos de trabalho no período (25%).

Ao que tudo indica a nova linha de trabalho dos bancos prioriza cada vez mais o atendimento automatizado, o que exclui o bancário do sistema. Essa é uma preocupação constante do Sindicato dos Bancários de Assis e Região. Na quarta-feira, 27 de janeiro, o jornal Valor Econômico publicou uma matéria sobre o futuro das agências bancárias na era digital. A transformação chegará a mais de 20 mil agências em todo país e, entre as mudanças estão a redução do espaço físico e postos de atendimento sem guichê de caixa tradicional.

Mesmo com afirmativas de que não haverá enxugamento de funcionários, o Sindicato alerta para o risco do desemprego. “E, isso não está relacionado a tal crise econômica, pois os bancos lucram mais e mais a cada ano. Isso tem a ver com a ganância dos banqueiros, que quanto mais lucram nas costas dos bancários e dos clientes, mais querem lucrar”, argumenta o presidente do Sindicato, Helio Paiva Matos.

Matos espera que 2016 seja diferente e que este índice de desemprego diminua. “Os banqueiros estão sacrificando o emprego de milhares de famílias brasileiras. Isso é uma falta de compromisso com a sociedade de um setor que mai ganha e que deveria contribuir para a retomada do crescimento e da distribuição de renda”, declara.

Ello Assessoria de Imprensa