Casal que se conheceu com ajuda de ‘cupidos profissionais’ comemora duas décadas juntos e recomenda serviço: ‘Não tenham vergonha’
Casal de Marília (SP) se conheceu em agência de
namoro — Foto: Arquivo Pessoal
A busca por um amor muitas vezes pode ser cansativa. Tem quem vá a festas e bares atrás de um par, outros se debruçam nas redes sociais e aplicativos de relacionamento, e também há quem ache que, assim como cantou Cazuza, “os destinos foram traçados na maternidade” e uma hora o amor bate à porta. Mas há também quem procure ajuda profissional quando o assunto é paixão.
É o caso de Ademir Peralta e Kátia Cibele, que estão juntos há 21 anos, sendo 18 deles casados. O casal se conheceu em uma agência de namoro e casamentos, de Marília (SP), e contou com a ajuda de verdadeiros “cupidos profissionais” para engatar numa relação duradoura.
“Por ser exato, o amor não cabe em si”, assim canta Djavan em “Pétala”, uma das músicas mais românticas do repertório do artista alagoano. O que ele não podia prever é que exatidão é uma das buscas incessantes dos “cupidos profissionais” Roseli Sanches Carvalho e André Luiz de Carvalho, responsáveis pela agência de namoro que uniu Kátia e Ademir.
Agência de casamentos conquista público que busca pelo par
ideal em Marília — Foto: Agência Par /Divulgação
Para a “missão cupido”, há uma análise minuciosa para estabelecer a relação entre os casais, ou seja, descobrir se duas pessoas combinam ou não.
“Os casais são selecionados pela quantidade de afinidades. Econômico, religioso, cultural, faixa etária, social e agora também política. Há uma grande diferença entre o nosso trabalho e os aplicativos. A agência só atende quem está em busca de relacionamento sério, com responsabilidade ao apresentar pretendentes. Cada pessoa tem atendimento personalizado e os perfis são checados para comprovar a veracidade das informações que são passadas através da ficha de inscrição e documentação”, explica Roselli, que é casada com o próprio André Luiz, companheiro de negócios.
Mas decifrar o amor exige muito sacrifício e paciência, pelo menos é isso que Kátia garante. Antes de encontrar o par com quem divide a vida desde 2002, ela passou por dois encontros com outras pessoas escolhidas a dedo pelos cupidos profissionais, mas que não funcionaram.
“Eu fiquei um ano cadastrada até ele se cadastrar. Nesse um ano de cadastro, eu tive dois encontros, mas que não foram em frente. Eles [da agência] cruzavam os dados [dos participantes], né. E tinha que ter pelo menos 75% de afinidade. Essas pessoas que eu conheci deram esse match, mas no encontro pessoalmente não deu muito certo”, revela.
A chegada do par ideal logo veio. Ao todo, foram precisos 13 encontros antes de confirmar que o amor venceu. “Eu acredito que foi depois do 13º que a gente já achou que estava tudo certo, já estava namorando e fomos em frente. O que eu procurava em um homem era alguém parecido comigo. Que pretendia casar, ter filhos, ser trabalhador, honesto”, revela Kátia.
Três anos depois do primeiro encontro, o casal entrou na estatística dos mais de mil casamentos que tiveram origem na agência, que atua desde 1998. Casaram-se em 22 de janeiro de 2005. Com duas filhas e um casamento de 18 anos, Kátia diz não se arrepender nem um pouco da decisão de procurar uma agência de namoro para encontrar o amor da sua vida.
“A gente ainda está casado. Temos duas filhas. Uma de 17 e outra de 11 anos. E a gente não tem vergonha de contar que nos conhecemos por uma agência. Aliás, sempre conto pra quando eu vejo pessoas solteiras, mais velhas, eu falo: ‘gente, é difícil encontrar alguém num bar, é difícil encontrar alguém na rua hoje’. Hoje é pior do que anos atrás”, conta.
Casal que se conheceu em agência de namoro está junto
desde 2002 e tem duas filhas — Foto: Arquivo Pessoal
Mesmo com a evolução das ferramentas de busca, muitas pessoas têm preconceito com a prática de procurar um amor dentro de agências de namoro, um método que é, segundo ela, milenar. No entanto, Roseli aponta que o serviço oferece aspectos como segurança, respeito, sigilo, além de a possibilidade de encontrar a pessoa certa para um relacionamento.
“O legal da agência é que você já sabe o que a pessoa pretende, o que a pessoa quer, o que a pessoa é, o que a pessoa busca. Então já pula uma etapa aí. Preconceito eu nunca tive, mas eu tinha uma desconfiança. Não de idoneidade, mas sim, ‘será que dá certo mesmo? Mas hoje eu digo, não tenham vergonha”, relata Kátia sobre a sua experiência.
Casal chamou cupidos profissionais para serem
padrinhos de casamento — Foto: Arquivo Pessoal
Segundo Roseli, os participantes são bem criteriosos. Enquanto as mulheres procuram nos homens inteligência (28%), sinceridade (26%), honestidade (25%), atenção/carinho (20%); os homens procuram nas mulheres valores (30%), atração pessoal (30%), jeito de ser (28%) e lealdade/empatia (12%).
“A ideia de unir casais surgiu ao perceber as dificuldades das pessoas de conhecerem um par compatível. As necessidades das pessoas se envolverem com quem realmente tivesse intenção de relacionamento sério e com afinidades. Inicialmente como “casamenteiros, cupidos amadores” reuníamos pessoas amigas em jantares, encontros de happy hour, karaokês. Um belo dia soubemos que em outros países já haviam casamenteiros e depois de pesquisar bastante, desenvolvemos um método condizente com a cultura brasileira”, revela a cupido.
Além do serviço casamenteiro, a agência de Marília propõe o Coaching Love, que serve para ampliar o conhecimento e compreender melhor as diferenças do universo feminino e masculino e, a partir disso, tomar atitudes reformadoras.
“Eu acredito que as pessoas deveriam dar mais valor a esses casamenteiros cupidos. Profissionais, como eles falam, né? Realmente o trabalho deles é ímpar. Eles procuram e conseguem dar segurança. Na hora que a gente faz o cadastro, é feita toda uma procura. Realmente a gente conhece uma pessoa que pode ser o seu par. Então, por que não, né?”, diz Kátia.