Caso Brian: júri de PM acusado de matar jovem durante abordagem é realizado em Ourinhos
Brian foi morto por tiro disparado por policial durante abordagem em Ourinhos (SP) — Foto: TV TEM / Reprodução
Depois de ser remarcado três vezes, o júri do policial Luís Paulo Isidoro, acusado de matar um jovem de 22 anos durante uma abordagem policial em Ourinhos (SP), vai ser realizado nesta quinta-feira (2) às 13h, no fórum da cidade.
Após duas alterações de datas por causa da pandemia da Covid-19 em 2020, o julgamento previsto para novembro do ano passado foi adiado pela terceira vez e marcado para esta quinta-feira.
Estão previstas a participação de quatro testemunhas de acusação, cinco de defesa e uma arrolada por ambas as partes.
O caso aconteceu em 9 de junho de 2016, quando o jovem Brian Bueno da Silva saia com os amigos de um show da Fapi, a Feira Agropecuária e Industrial de Ourinhos, e o carro em que ele estava no banco do passageiro foi abordado pelos policiais militares.
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Imagem de vídeo mostra abordagem de policial militar que matou jovem em Ourinhos
Imagens de câmeras de segurança registraram o momento do disparo (veja no vídeo acima). Brian estava com mais quatro amigos no carro na Avenida Jacinto Ferreira de Sá, quando o motorista foi parado pela PM. O tiro saiu da arma de Luís Paulo e nas imagens dá pra ver o clarão do disparo.
Na época, o policial alegou que o tiro foi acidental causado por uma falha na arma. Mas um laudo feito pela própria Polícia Militar apontou que a pistola não apresentou defeito.
Investigações
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Valdineia ainda guarda roupas do filho, inclusive o moletom que o filho usava no dia que foi morto em Ourinhos — Foto: TV TEM / Reprodução
Segundo os amigos de Brian, no momento da abordagem eles já estavam indo embora, voltando para Santa Cruz do Rio Pardo. Mas a PM parou o carro porque, segundo os policiais, o veículo estava andando em zigue-zague na avenida.
Na abordagem, o Brian, que estava no banco do passageiro do veículo, foi atingido por um tiro de um dos PMs.
No início da investigação, a Polícia Civil disse que a Polícia Militar agiu com intenção de interferir no trabalho de apuração, tentando apagar o vídeo usado como prova, lavando o carro antes da análise da perícia, ameaçando testemunhas, mas o comando da PM, na ocasião, disse que isso não aconteceu.
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Marcas do tiros ficaram no cinto de segurança do carro — Foto: TV TEM/Arquivo
Segundo o batalhão da PM de Ourinhos, o policial Isidoro foi afastado das ruas desde então e continua trabalhando internamente. Ele foi transferido do local, mas não informaram onde ele está atuando.
Em nota, a defesa do policial reforçou que o disparo foi acidental por defeito na arma comprovado por perícia de um armeiro designado pela PM em uma audiência realizada no Fórum sob a presença da juíza que cuida do caso. A defesa disse ainda que Luís Paulo Isidoro inclusive foi absolvido no processo instaurado na Polícia Militar por comprovada falha na arma. Fonte G1
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Brian foi morto com tiro disparado por PM durante abordagem em junho de 2016 — Foto: TV TEM / Reprodução