Com folclore brasileiro, grupo vence festival de dança da América Latina
Com a dança popular brasileira, o grupo municipal de balé de Santa Cruz do Rio Pardo (SP) venceu a 22ª edição Festival de Danças do Mercosul, que é considerado um dos mais importantes festivais de dança da América Latina. A coreografia foi baseada no folclore amazonense e no boi-bumbá.
Robson Willian Souza é professor de dança, coreógrafo e um dos responsáveis pela conquista. “A gente não esperava que os argentinos prestigiassem uma coreografia brasileira. Foi uma surpresa para nós.”
A surpresa também foi da Letícia Paes da Silva, de 17 anos. A adolescente conta que não esperava que a dança contemporânea pudesse trazer alegria. Letícia conta que encontrou na dança vontade de continuar a ser feliz depois da perda de sua mãe. “Agora, para mim, eu desfoco do mundo e foco na dança. Eu não vou deixar a dança. Eu quero continuar, dançar para fora e conhecer pessoas novas. É isso o que eu quero para mim.”
Já Isabella Santos Dourado realizou o sonho de se tornar bailarina no grupo de Santa Cruz do Rio Pardo, mas se esforça para concretizar um novo desejo. “Eu penso em ser professora de balé para realizar o sonho de ver as crianças sorrindo, subindo em um palco e dançar uma coreografia foi feita por mim”, afirma.
Em Lençóis Paulista, quem constrói sonhos é o professor de dança Luiz Henrique de Santana. Ele criou um projeto social que leva, de forma voluntária, os ensinamentos do balé para crianças e jovens carentes. “Aqui, cada um tem uma história diferente de vida, familiar, então a gente tem um vínculo com isso. A gente acaba tentando ajudar e participar”, explica Luiz Henrique.
Matias Soares Santos tem 15 anos e é apaixonado pela dança. Apesar de morar a seis quilômetros do salão onde são realizadas as aulas de balé, ele caminha em busca de seu sonho. “A minha mãe gosta de fazer tudo em casa, então eu fico parado e ansioso. Quando chega o dia da dança, parece que suaviza tudo na minha vida.”
Para a mãe do Matias, as aulas de dança são importantes. “Eu acho bom porque ocupa a cabeça da criança. É bom fazer dança e é bom também para o Matias”, acredita Elaine Cristina Mancio.
Há nove anos, Gabriel Brasilio entrou no projeto quando criança e, hoje, é o único bailarino profissional que passou pelo grupo. “Isso é resultado de muita dedicação, esforço e amor. A gente não pode fazer o que a gente não gosta, por esforço, porque alguém quer. Tem que ser porque a gente quer. Balé é algo especial para mim e é o que eu gosto de fazer realmente.”
No projeto, a maior parte dos alunos é formada por meninos que vencem o preconceito para exibir o talento. Para o professor Luiz Henrique, a dança fez diferença em sua vida e acredita que seu projeto vai influenciar e realizar os bailarinos. Fonte G1