Com mais de 600 casos positivos de dengue, Saúde de Paraguaçu faz alerta para o período de outono
Quem foi que disse que o minúsculo inimigo que tem aterrorizado Paraguaçu Paulista só sai para picar as pessoas durante a primavera e o verão? Especialistas garantem que o Aedes aegypti, responsável por transmitir as temidas dengue, zika e febre chikungunya, também gosta do ar fresco do outono que começou oficialmente dia 21 de março.
Então, cuidado! A população deve continuar com a atenção redobrada. Apesar de o Aedes ser bastante comum em períodos de calor, os cuidados também precisam ser mantidos nesta época do ano para evitar a proliferação intensa do mosquito.
O fato é que a dengue avança no Brasil. O número de casos da doença entre janeiro março chegou a 229.064, um aumento de 224% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde. Dos óbitos, 31 ocorreram no Estado de São Paulo, o equivalente a 50% do registro nacional. Para o Ministério da Saúde, São Paulo já desperta grande preocupação, em virtude do expressivo número de casos. Até o momento, são 83.045 prováveis, com uma proporção de 182,4 infecções a cada 100 mil habitantes. Os números são maiores do que os do ano passado.
Em Paraguaçu Paulista, a diretora do Departamento de Saúde, Cristiane Bonfim informou que são 844 notificações e 602 casos confirmados, até esta semana passada. No que diz respeito às ações que cabem ao município, Cristiane afirmou que está sendo feito tudo o que é possível para enfrentar a situação.
“A dengue é um problema de todos nós, cidadãos. Quando tivemos nosso primeiro caso confirmado, há mais de um mês, no centro da cidade, novos casos começaram a surgir, começou o que chamamos de transmissão. Montamos as salas de hidratação em alguns pontos do município e também no pronto socorro, para que não cheguemos ao que ocorreu em 2015, uma epidemia que lotou o nosso pronto socorro. Tem o trabalho dos agentes, que estão diariamente nebulizando as casas, mas temos que eliminar os criadouros e isso depende de cada um fazendo a sua parte em suas casas. Também estamos atuando em parceria com o Departamento de Educação, que está trabalhando em todas as escolas o tema dengue, o que nos ajuda muito, pois multiplica a informação”, enfatizou a diretora de Saúde.
Ela destaca também que a população não pode descuidar pensando que com a entrada do outono não há proliferação do mosquito da dengue. “Pode até haver uma diminuição, mas muito pequena. E a ação é a mesma: ou todos nós abraçamos a causa, ou então vamos caminhar em breve para os 1000 casos de dengue. Por isso eu peço à população para que todos façam a sua parte”, conclamou Cristiane.
Atenção também no outono
O coordenador das ações de controle de vetores do Departamento de Saúde, Josué Campos Sena, informou que, mesmo com o início do outono, os casos de dengue em Paraguaçu Paulista permanecem crescentes. “Estamos na ascendência ainda, não começou a diminuir nem a infestação nem o número de casos de positivos. Estamos com 844 notificações e 602 positivos. É importante a população saber que no outono a proliferação das larvas é mais lenta, mas a infestação continua acontecendo”, orientou Josué.
Ele esclareceu ainda que, por menor que seja a infestação, com a circulação viral existente no ambiente já é suficiente para manter a transmissão. “Geralmente, as transmissões não cessam no outono/inverno, é uma transmissão silenciosa, mais lenta. Com a queda de temperatura, começamos a ocorrer as doenças das vias respiratórias e as pessoas começam a confundir gripe com dengue, o que começa a nos preocupar. Por isso, a população tem que continuar atenta, continuar eliminando os criadouros, continuar atenta aos sintomas das doenças e, em caso de dúvidas, procurar a unidade de saúde mais próxima da sua casa”, alertou o coordenador Josué.