Deputado governista já admite derrota na votação do impeachment na Câmara
Os deputados da base aliada do governo de Dilma Rousseff começam a admitir que a votação do impeachment na Câmara deve ser favorável ao impedimento. Até as 20h25 da noite deste domingo (17), havia mais de 210 votos favoráveis ao impeachment — são necessários 342. O placar de votos contrários ao impeachment era de 68 neste horário — o governo precisa de 172 para barrar o impedimento.
“O que aconteceu foi o chamado efeito manada. Quando chegamos no Estado do Paraná, e alguns partidos como PMDB, PP e PR não cumpriram a palavra que tinham empenhado conosco, isso projetou uma derrota do governo”, disse o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). “Dificilmente haverá uma reversão desse resultado”, acrescentou.
Segundo Orlando Silva, a essa altura da votação, esse resultado sinaliza que a oposição vencerá”, reconhecendo, de forma antecipada, a derrota governista na votação na Câmara sobre a abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff.
Deputados da base projetam que neste momento o impeachment venceria por 4 votos, mas eles trabalham para reverter a tendência nos Estados que ainda não votaram.
O deputado federal Silvio Costa (PTB-PE) deu uma bronca no colega. O deputado Orlando Silva não sabe fazer contas. Nós estamos no jogo”, gritou Costa aos jornalistas depois de puxar Silva de volta para o plenário. Silva havia dito que considerava o processo na Câmara ilegítimo e que a casa estava jogando o país em um “abismo político”.
“O governo deve ter serenidade, deve acolher esse resultado da Câmara, deve formular uma posição de mérito densa e apresentar ao Senado, que tem competência para julgar; aqui foi admitida a possibilidade do impeachment”, afirmou ainda Orlando Silva. “O resultado dessa votação hoje joga o país em um impasse, aumenta a crise, amplia a instabilidade política”, avalia o deputado governista.
Desânimo
Com pouco mais da metade dos votos declarados na sessão que decide sobre a autorização do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, governistas em plenário já demonstram desânimo. Em número menor, aqueles que estão declaradamente ao lado da presidente ficaram sentados e em silêncio. A cena contrasta com a efusão do grupo pró-impeachment.
Alguns deputados mais animados, como Paulo Pimenta (PT-RS) e Maria do Rosário (PT-RS), que acompanhavam os votantes em pé e próximo ao único microfone usado para declarar o voto, também já demonstram menos entusiasmo. São poucos os que usam alegorias em cor vermelha, sinalizando apoio à presidente, e reagem apenas com poucas palmas aos votos contrários ao impeachment. Fonte Uol