Detentos vão trabalhar em restauração de penitenciária destruída durante rebelião

 

O projeto de restauração do prédio do Centro de Progressão Penitenciária “Prof. Noé Azevedo” (CPP 3) de Bauru (SP) está sendo elaborado após a rebelião, que aconteceu no dia 24 de janeiro e terminou com 152 fugitivos. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) já está definido que será utilizada a mão de obra dos próprios detentos na reforma, que não tem prazo para começar.

O prédio do CPP 3 de Bauru foi praticamente destruído depois da rebelião em janeiro deste ano (Veja fotos). Os internos atearam fogo em colchões e o telhado de vários pavilhões vieram abaixo. Até agora a polícia recapturou 126 detentos, 26 ainda seguem foragidos.

Os internos que trabalharem na reconstrução do prédio ganharão o direito de diminuição da pena. Para cada três dias trabalhados, é descontando um dia da pena, como previsto em lei.

Hoje estão presos no CPP 3 de Bauru 407 detentos, pois houve a remoção de presos para outras unidades de regime semiaberto, mediante a necessidade de adequação da população.

Imagens mostram penitenciária após rebelião (Foto: César Evaristo/TV TEM)

Imagens mostram penitenciária após rebelião (Foto: César Evaristo/TV TEM)

Entenda o caso

Detentos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP3) “Prof. Noé Azevedo”, de Bauru, deram início a uma rebelião no dia 24 de janeiro após uma confusão por causa da abordagem de um agente penitenciário que encontrou um celular com um preso . Segundo informações da Polícia Militar, os presos colocaram fogo em colchões e conseguiram fugir.

Três pavilhões ficaram destruídos. 152 detentos conseguiram fugir. No dia do motim, o CPP 3 – antigo IPA (Instituto Penal Agrícola), que tem capacidade para 1.124 pessoas, abrigava 1.427 presos, de acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Depois da rebelião mais de 700 presos foram transferidos para presídios que também estão superlotados. Com a mudança, a população carcerária na unidade caiu para 698.

Parte dos detentos do CPP 3 foi transferida para penitenciárias de Balbinos, Álvaro de Carvalho, Getulina e Hortolândia, mas todas já estão com o dobro da capacidade de presos. Os outros presos ficaram em áreas que não foram atingidas pelo fogo. Dos 22 presídios da região Centro-Oeste Paulista, 18 estão acima da capacidade de detentos, segundo informações da Secretaria.

O regime do CPP 3 é semiaberto e todos os detentos têm direito a trabalhar ou estudar fora da unidade. A superlotação nos presídios, a falta de alimentação, a higiene precária foram alguns dos problemas citados pelo Sindicado dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo e por um agente penitenciário como motivos para a rebelião. Fonte G1

Reforma será analisada pela SAP (Foto: Reprodução/TV TEM)

Reforma será analisada pela SAP (Foto: Reprodução/TV TEM)