Doação de órgãos de jovem morto em Assis mobiliza ‘exército’ de médicos
O anúncio da morte cerebral de um jovem de 15 anos, em Assis (SP), associado à decisão da família da vítima em doar seus órgãos, disparou nesta terça-feira (29) uma verdadeira “operação de guerra” que mobilizou mais de 20 profissionais, entre cirurgiões e enfermeiros, que foram à cidade para realizar o procedimento de retirada.
Médicos de três hospitais de São Paulo chegaram à Santa Casa de Assis por volta das 13h. A partir deste momento, teve início uma corrida contra o tempo no centro cirúrgico do hospital para retirar os órgãos do rapaz que estava internado na UTI desde domingo.
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Ele era passageiro de uma moto que no domingo (27) atingiu um barranco na Rodovia Miguel Jubran, em Assis. A morte cerebral foi confirmada na madrugada desta terça e a família decidiu pela doação dos órgãos.
A cirurgia para retirar os órgãos durou pouco mais de três horas. Foram retirados os rins, fígado e o coração. Às 16h20, os médicos saíram do centro cirúrgico e imediatamente seguiram para o aeroporto.
“Infelizmente uma família está sofrendo, mas acredito que outras quatro ou cinco famílias estarão sendo agraciadas com a bondade dessa família que perdeu seu ente querido”, disse Ronaldo Honorato, cirurgião transportador do Incor.
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Ainda dentro da ambulância, o médico responsável pelo procedimento de transporte se comunicou com a equipe do hospital na capital, onde o paciente que iria receber o coração já estava sendo preparado. O fígado foi levado para Botucatu e os rins para Marília.
“Toda essa operação frenética é necessária porque o coração é um órgão que se ressente muito, só pode ficar quatro horas fora do corpo”, explica Honorato.
Às 16h55, o jato decolou rumo à capital e a previsão era de que, em menos de uma hora, o coração do jovem já estaria batendo no peito de outra pessoa.
Para os familiares que sofreram com a perda de um jovem de 15 anos, a decisão foi tomada com o objetivo de ajudar outras famílias.
“A gente se reuniu, conversou e decidimos pela doação. Como já tínhamos perdido nosso parente, resolvemos salvar vidas e esperamos que os transplantados tenham longos anos de vida com os órgãos do meu sobrinho”, disse Valdir Martins, tio do rapaz. Fonte G1
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Valdir Martins, tio do rapaz que morreu aos 15 anos, explicou decisão da família: “Foi para salvar vidas” (Foto: Reprodução / TV TEM)