Edson Aparecido deixa a chefia da Casa Civil do governo Alckmin

 

O secretário chefe da Casa Civil de São Paulo, Edson Aparecido, deixou oficialmente nesta sexta-feira (25) o cargo que ocupava no governo de Geraldo Alckmin, informou o Palácio dos Bandeirantes. Segundo nota do governo de São Paulo, Edson Aparecido será candidato a vereador nas próximas eleições. O secretário-adjunto, Fabrício Cobra, passa a responder pela pasta. Edson Aparecido já havia anunciado na terça-feira (22) que sairia do governo.

Edson Aparecido é investigado pelo Ministério Público por suposto enriquecimento ilícito e ato de improbidade. Os promotores apuram se o patrimônio adquirido por Edson é compatível com sua renda, que à época era deputado e ganhava cerca de R$ 19 mil.

Na quinta-feira (24), Aparecido falou ao Ministério Público (MP) que vendeu um imóvel, deu cheque e pegou empréstimo para poder comprar um apartamento de R$ 620 mil em 2006. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (24) ao G1 pelo promotor Marcelo Milani.

Em nota publicada no Facebook, Edson Aparecido afirma que, na terça-feira (22), compareceu à sede do MP para dar informações sobre o negócio. “Fui ao Ministério Público sem advogado e solicitei que minha audiência fosse marcada rapidamente. Eu penso que a pessoa pública tem que estar sempre disposta a dar explicações se houver qualquer dúvida. Não tenho nada a esconder sobre a compra desse imóvel nem sobre qualquer outra ação da minha vida pública”, afirmou.

De acordo com Milani, foi o primeiro depoimento de Edson Aparecido ao MP sobre o caso, que não está sob segredo de Justiça. “Ele [Edson] está sendo investigado por provável enriquecimento ilícito, tendo em vista a compra do imóvel que aparenta que foi comprado subfaturado. Em razão disso, instauramos a investigação. Foi o primeiro depoimento dele”, disse o promotor.

“Ele [Edson] justificou parcialmente a compra do imóvel. Chamou a atenção que ele disse que a parte do pagamento do imóvel de R$ 620 mil ele conseguiu da venda de um apartamento, por cerca de R$ 300 mil, mais R$ 200 mil em cheque e mais R$ 110 mil emprestados de uma então assessora e namorada”, comentou Milani.

O promotor, no entanto, informou que Edson não apresentou documentos que comprovem a informação que ele deu. “Mas ele [Edson] não tem documento e não declarou ao Imposto de Renda.”

De acordo com o promotor, o registro de venda do imóvel dele só apareceu um ano depois da compra. “É no mínimo estranho uma construtora aceitar um imóvel nessas condições”.

Segundo Milani, Edson se comprometeu a enviar cópia do cheque posteriormente. “Vamos checar se isso que ele fala é verdadeiro. À época que ele comprou esse imóvel ele era deputado e tinha renda de R$ 19 mil. Agora estamos querendo saber se esse patrimônio é compatível com a renda dele.”

Veja íntegra da nota de Edson Aparecido:
“Meus amigos, gostaria de contar a vocês que, por minha iniciativa, solicitei ao doutor Marcelo Milani que eu pudesse ser recebido para dar todas as explicações relativas à compra do apartamento onde moro, realizada em 2006. Fui recebido pelos doutores Milani e Otávio Garcia na última terça-feira, dia 22, e expliquei em detalhes como se deu a aquisição. Antes disso, no dia 15 de março, eu já havia enviado ao Ministério Público todos os documentos relativos à aquisição. Fui ao Ministério Público sem advogado e solicitei que minha audiência fosse marcada rapidamente. Eu penso que a pessoa pública tem que estar sempre disposta a dar explicações se houver qualquer dúvida. Não tenho nada a esconder sobre a compra desse imóvel nem sobre qualquer outra ação da minha vida pública. Transparência é um dos valores que eu adoto para a minha atuação na política.” Fonte G1