Empresário é condenado a 37 anos por matar a ex e o namorado dela a tiros
O empresário acusado de matar a ex-namorada Sueli Aparecida Pereira e o namorado dela, Ademir Matias, em dezembro de 2014 em uma chácara na área rural entre Pratânia e Botucatu (SP), foi condenado a 37 anos 7 meses e 15 dias de prisão por cinco crimes no total – duplo homicídio com dois qualificadores, motivo torpe e impossibilidade de defesa das vítimas; transporte de munição; transporte de arma de fogo e resistência à prisão. Ele foi a júri popular na quinta-feira (23) e depois de cerca de 15 horas saiu a condenação que foi proferida pelo juiz, Henrique Alves Corrêa Latarola, titular da 2ª Vara Criminal e presidente do júri por volta da meia noite e meia. O julgamento começou por volta das 9h30.
João Alberto Mathias de 64 anos foi condenado por um decisão da maioria dos jurados, quatro deles votaram a favor da condenação e, como representavam já a maioria entre os 7, dos demais votos não foram lidos. O motivo torpe foi o que mais pesou na avaliação dos jurados, já que, segundo a acusação João Mathias premeditou o crime, indo até a festa com a intenção de matar Sueli por não aceitar o fim do relacionamento.
A decisão ainda não transitou em julgado, por isso ainda cabe recurso, mas o acusado deve permanecer preso durante esse processo. João já ficou dois anos preso, que já entram como parte da pena cumprida e por se tratar de crime hediondo, ele deve cumprir pelo menos de 2 a 3/5 da pena para conseguir o benefício de progressão penal.
Antes do início do julgamento, uma fila de moradores interessados em acompanhar o júri popular se formou na porta do Fórum de Botucatu. Sete jurados foram sorteados em um grupo de 21 pessoas antes do início do julgamento – seis mulheres e um homem. Dez testemunhas foram ouvidas durante o julgamento, a primeira delas um policial militar que participou do registro da ocorrência.
Familiares da vítima que acompanharam o júri esperavam por justiça. “A gente espera que a justiça seja feita porque ele matou duas pessoas. A gente espera que ele pague pelo que ele fez. O medo dele sair e a justiça não ser feita é muito grande. Esperamos que ele pague pelo que ele fez”, disse a sobrinha da Sueli, Jenifer Berbardo de Oliveira, durante o julgamento.
Entenda o caso
O crime aconteceu em uma festa em uma chácara e, segundo o que testemunhas disseram à polícia, teria sido motivado por ciúmes. De acordo com o boletim de ocorrência registrado na época, o empresário João Alberto Mathias chegou ao local de carro e efetuou quatro disparos contra o casal de namorados.
Ademir, que tinha 29 anos na época, morreu no local. Sueli, que tinha 38 anos, chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. Testemunhas tentaram impedir que ele fugisse, mas não conseguiram. Elas disseram à polícia que, durante a fuga, ele ainda passou com o carro por cima da perna de uma das vítimas baleadas, mas o fato não se confirmou durante o julgamento.
A Polícia Militar foi acionada e perseguiu o carro de João Alberto até Botucatu (SP). Na cidade, ele perdeu o controle do veículo e bateu na porta de uma loja. Dentro do carro foram encontradas três cápsulas de revólver calibre 38. A arma foi apreendida pela polícia. João Alberto, que tinha passagens por outros crimes, foi preso em flagrante por duplo homicídio. Fonte G1