Empresários falam dos prós e contras de oferecer Wi-Fi para os clientes
O dono de um comércio com Wi-Fi gratuito, toda vez que vai pagar a conta do serviço, no fim do mês, se pergunta: ter ou não ter Wi-Fi? O PEGN ouviu os dois lados dessa resposta.
Uma cafeteria em São Paulo abriu as portas em 2014, e oferece Wi-Fi grátis para os clientes. Mas a conexão não foi muita boa. No começo, o serviço atraiu clientes e ajudou o negócio do Paulo Filho e da Camila Romano a ficar conhecido. Mas depois a cafeteria de 32 lugares se transformou num escritório para muita gente e quem queria consumir, acabou ficando em pé.
“Tinha gente que vinha aqui só para usar o Wi-Fi e estava ocupando esse espaço”, conta Paulo.
Já para o empresário Ricardo Rondon, essa conexão funciona perfeitamente na sorveteria dele. “No último ano, de crise, crescemos 30%, uma representação muito grande no momento que vivemos”.
Claro que o negócio também tem lá seus contratempos. “Nós temos pessoas que utilizam a casa como espaço para reunião externa ao seu escritório”, fala Ricardo.
No café, o Wi-Fi foi então limitado a algumas mesas. O desgaste foi maior e então, o serviço foi cortado de vez. “Talvez seja um pouco radical, acho que não, elas ainda podem usar o laptop nas áreas designadas, desde que elas estejam usando a própria internet, compartilhando do celular. Acho que a gente não é intolerante. A gente só criou algumas regras pro bom uso”, explica Paulo.
A média de tempo das pessoas nas mesas caiu pela metade. Com isso, a rotatividade aumentou. “Se a pessoa que estava ocupando uma mesa por uma permanência longa sai e é substituída por pessoas que vão consumir mais rapidamente, com certeza a conta é fácil, aumentou o faturamento”, avisa a empresária Camila Romano.
A sorveteria conseguiu driblar a situação. Os usuários do Wi-Fi são convencidos a experimentar, pelo menos, um sorvete. Apenas 10% das pessoas que utilizam o Wi-Fi acabam não consumindo numa primeira vez e com certeza ele volta para consumir.
Ao acessar a internet gratuita, o cliente acaba fazendo propaganda da casa. “Isso seria o acesso à nossa rede através de um check-in, onde ele vai compartilhar que ele está logado na nossa empresa, na sorveteria. E as pessoas da sua rede vão enxergar que ele fez o check-in e acaba sendo um exponencial na divulgação da nossa marca”, afirma o empresário Ricardo Rondon.
De curtida em curtida, a sorveteria recebe quatro mil clientes por mês. Mais de 60% deles usam o Wi-Fi. Já os clientes do café foram compreensivos. A resposta pela manutenção ou não do Wi-Fi vai depender muito do relacionamento que o empreendedor tem com seus consumidores. Fonte G1