Envolvidos em acidente com 13 mortos vão a julgamento em Ibitinga
Será realizada esta terça-feira (9) a primeira audiência da ação movida pelas famílias das vítimas do acidente envolvendo um ônibus e um caminhão que causou a morte de 13 pessoas em 2014. O ônibus transportava estudantes e professoras de escolas de Borborema (SP). A audiência na vara cível, marcada para as 13h30, no Fórum de Ibitinga, analisa se o Departamento de Estrada de Rodagem (DER) e a empresa responsável pelas obras no trecho onde o acidente ocorreu devem ser responsabilizadas pelo ocorrido.
O acidente aconteceu às 23h30 do dia 27 de outubro de 2014. Com impacto da batida na Rodovia Leonor Mendes de Barros, em Ibitinga, a lateral do ônibus foi arrancada.Além dos 13 mortos, 24 pessoas ficaram feridas. As famílias das vítimas entraram com o pedido de indenização contra o DER e a empresa responsável pela obra de recuperação da via que era realizada na época do acidente.
O pedido levou em consideração os laudos do acidente que apontam que havia falhas na sinalização da via, que é de responsabilidade do DER. O documento de 36 páginas traz uma imagem do tacógrafo do ônibus no momento exato da batida.
Segundo os dados, o veículo estava a 84 km/h às 11h26 da noite do dia 27, 40% a mais do permitido do trecho, que é de 60 por hora. A perícia também tentou analisar o tacógrafo do caminhão, mas por causa da batida e do fogo, o equipamento foi destruído. O laudo ressalta ainda que não há sinalização de solo, no entanto, havia a placa da velocidade e a que sinaliza que o trecho estava em obras.
Esse primeiro laudo também afirmava que o motorista do caminhão teria invadido a contramão, mas não explicou os motivos. Em depoimento, o motorista Leandro Sanches Basalea negou essa versão e Após a realização da nova perícia em junho de 2015, os peritos nomeados pelo estado descobriram que quem invadiu a faixa contrária foi o motorista do ônibus.
Escola Dom Gastão de Borborema ainda supera morte de alunos e professores (Foto: Paola Patriarca/G1)
O julgamento
Ao todo 19 pessoas entraram com a ação e são representadas por um único advogado. O processo segue em segredo de Justiça por isso os valores das indenizações não foram divulgados. Segundo o juiz Roberto Simão, responsável pela audiência, 35 testemunhas foram arroladas para serem ouvidas durante o julgamento entre familiares das vítimas, sobreviventes, pessoas que participaram do socorro ou testemunharam de algum o acidente.
Após ouvir as testemunhas, o juiz deve dar um prazo para cada uma das partes envolvidas analisem o processo, incluindo os autores da ação, os réus e o Ministério Público. Ainda de acordo com o juiz a sentença final não deve sair antes de 60 dias.
Relembre o caso
Um ônibus foi atingido de frente por uma carreta na Rodovia Leônidas Pacheco Ferreira (SP-304), em Ibitinga (SP) no dia 27 de outubro de 2014. O impacto foi tão forte que o ônibus teve a lateral arrancada.
Os passageiros foram arremessados na rodovia. Sete estudantes e três professores morreram no local do acidente, além da diretora da Escola Municipal Ana Rosa, que acompanhava dois filhos no passseio. No dia 30, outras duas vítimas, que estavam internadas na UTI do Hospital de Base de Bauru (SP), morreram.
Além das mortes, 24 pessoas ficaram feridas. O caminhão, que transportava óleo vegetal, pegou fogo com a batida, que foi controlado duas horas depois pelas equipes do Corpo de Bombeiros.
Os estudantes e professores da Escola Estadual Dom Gastão Liberal Pinto saíram de Borborema para participar de uma excursão, onde conheceram pontos turísticos de São Paulo. Borborema tem aproximadamente de 15 mil habitantes. Por conta do acidente, a prefeitura decretou luto oficial de três dias.
Os estudantes e professores da Escola Estadual Dom Gastão Liberal Pinto saíram de Borborema na manhã do dia 27 de outubro de 2014 para participar de uma excursão, onde conheceram a Sala São Paulo.
Segundo informações da prefeitura, três ônibus com cerca de 110 pessoas foram até a capital. Os outros dois ônibus da excursão chegaram ao destino por volta das 23h de segunda. Como o terceiro ônibus estava demorando a chegar, uma das professoras da escola voltou pela estrada e viu o que tinha acontecido. Fonte G1