Especialista em comportamento canino trabalha psicologia em pets

 

Conhecido como o melhor amigo do homem, o cão é um animal de estimação dócil, protetor e companheiro, que faz parte da história da humanidade, estando em cerca de 52,2 milhões de lares brasileiros, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o censo de animais domésticos, realizado em 2015, o Brasil ocupa o quarto lugar no mundo em número de animais de estimação. São 132 milhões de pets, divididos entre cães, gatos, peixes e aves domésticas.

Preta foi a primeira paciente de Roberto (Foto: Arquivo pessoal)Preta, cadela do goleiro Tiago, foi a primeira
paciente de Roberto (Foto: Arquivo pessoal)

Mas, apesar dos dados animadores, centenas de cães são encaminhados diariamente para centros de Zoonoses à espera de um lar. Em 2015, a Seção de Controle Animal da Divisão de Zoonoses de Sorocaba intermediou a adoção de mais de 500 animais encontrados nas ruas da cidade. Atividade importante tanto para os animais como para quem adota.

Especialista em comportamento canino no Brasil, Roberto Mayer é um dos brasileiros que tem contribuído com esses números. Conhecido como “o homem que escuta os cães”, há 11 anos trabalha a psicologia em animais, com o objetivo de ensinar bons modos e facilitar a adaptação após a adoção.

Mayer conta que foi jogador de futebol até os 20 anos, mas foi depois de uma lesão, em 2005, que resolveu seguir sua paixão: cuidas de cães. “Realizei cursos em todas as áreas do treinamento canino e acredito que, até hoje, já trabalhei com mais de 10 mil cães, entre atendimentos particulares, cursos e palestras, tanto no Brasil como fora dele”.

O apelido, recebido este ano, veio do método utilizado pelo adestrador em alguns de seus atendimentos fora do Brasil. “Em fevereiro, fui até Los Angeles realizar alguns atendimentos em Hollywood, mas, como não falo quase nada em inglês, uso apenas toque e sons. Este método fez com que os clientes americanos ficassem admirados. Então, como não converso com os cães, eles me deram esse apelido”, explica Mayer, entre risos.

Cesar millan Junior Lua e Roberto Mayer (Foto: Arquivo pessoal)Júnior, Lua e Roberto Mayer com o ‘encantador de cães’ Cesar Millan (Foto: Arquivo pessoal)

Primeira paciente
Mas essa história começou no interior de São Paulo, na cidade de Sorocaba (SP). Tiago de Melo, goleiro do time de futsal sorocabano, primeiro cliente de Mayer, conta que foi a atenção especial recebida do profissional que iniciou essa amizade. “Conheci o Beto quando ele ainda trabalhava em um petshop. Eu havia acabado de ganhar a Preta e descobri que ela estava sofrendo de sarna dermodécica. Foi aí que nossa história começou”.

Provocada pelo acúmulo de um ácaro conhecido como demodex canis, a doença ocorre principalmente em filhotes e cães adultos com baixa imunidade. “Ele me ajudou a procurar um veterinário competente que salvou a vida da minha cachorrinha. Isso trouxe confiança e, depois de curada, decidi que ela seria a primeira a passar pelo adestramento com o Beto, logo após ele terminar o curso”, conta Tiago.

Mayer acompanhou Preta no início da adoção e, depois do adestramento, voltou a ser consultada por Tiago, quando a cachorra alcançava os 12 anos de idade. Em janeiro deste ano, Preta teve câncer no intestino e não resistiu à doença. Apesar do triste acontecimento, Tiago e a esposa Amanda puderam dedicar sua atenção e amor à cachorra enquanto ela esteve com a família, graças à ajuda do adestrador, desde 2005. “Ela sempre obedeceu aos comandos de boa conduta”, conclui. Fonte G1