Falta de material adia funcionamento de centro cirúrgico em Ourinhos
O novo centro cirúrgico da Santa Casa de Ourinhos (SP) custou R$ 5 milhões aos cofres públicos e poderia não só acabar com a fila de espera por cirurgias como dobrar os atendimentos, mas não é isso que está acontecendo.
A produtora Olisnéia Gonçalves descobriu há pouco tempo que tem um câncer no intestino. Assim que recebeu a notícia, iniciou o tratamento, mas agora ela espera uma vaga para uma cirurgia que pode salvar a vida dela. “Fui encaminhada para uma cirurgia de colostomia, retirada do intestino grosso. E estou aguardando essa cirurgia que é de urgência porque eu corro risco do tumor fechar meu intestino.”
A produtora não está sozinha nessa fila. Segundo a Secretaria de Saúde, pelo menos 360 pessoas estão aguardando para uma cirurgia. Dessas cirurgias, a maioria, segundo a Secretaria, seria eletiva, ou seja, aquelas que são necessárias, mas podem esperar.
Mas o problema poderia não existir se os aparelhos estivessem fora da caixa e funcionando. O novo centro cirúrgico foi construído com verba pública, federal e estadual. São sete salas novas, além de recepção e espaço para o pós cirúrgico. “Já tem vários equipamentos montados, adquiridos através de emendas parlamentares e agora para gente por em atividades precisa chegar os focos cirúrgicos, as estativas e a gente já pode entrar em operação”, explica o presidente da Santa Casa Celso Zanuto.
Com as salas novas e os equipamentos funcionando, a Santa Casa pode dobrar a capacidade de cirurgias do hospital. Hoje são realizados em média 400 procedimentos de emergência e eletiva, mas se tudo estivesse funcionando poderiam ser 800 cirurgias por mês.
“A gente está preparado para sobrar a quantidade de cirurgias, podendo atender alguns casos que estão indo para fora de Ourinhos. Com o início da oncologia, todas as cirurgias oncológicas serão feitas aqui”, afirma Zanuto.
O secretário de Saúde André Melo acompanha todo o processo e diz que a verba para os equipamentos que estão faltando deve sair em breve. Ele explicou que essa fila é uma demanda natural que se forma, mas que o problema deve ser resolvido em breve.
“Hoje nós precisamos de recursos para compra, em especial, dos focos cirúrgicos, para que possam ser feitas as cirurgias. Assim que nós tivermos os recursos capitaneados, seja estadual ou federal, nós poderemos complementar. Esperamos que até o mês de junho, julho, quando nós pretendemos iniciar o atendimento em oncologia”, diz Melo.
Os focos cirúrgicos que faltam nos centros cirúrgicos são as luzes que ficam sobre as mesas de cirurgia para ajudar o trabalho da equipe médica e as estativas são as colunas que sustentam e fixam esses focos. Fonte G1