Família autoriza doação de órgãos em Assis

 

Retirada de órgãos para doação ocorreu dia 13, no Hospital da OSS Santa Casa de Assis

No dia 13 deste mês, a equipe da Organização Social de Saúde – Santa Casa de Misericórdia de Assis vivenciou um momento importante, envolvendo esperança de vida para milhares de pessoas que estão na fila de transplante.

Tudo começou quando infelizmente a equipe da Unidade de Terapia Intensiva-UTI confirmou a morte encefálica de uma paciente de 68 anos, vítima de um AVC. Apesar do momento triste, a família num grande exemplo de amor ao próximo e respeito à vida, reconheceu a vontade da paciente e autorizou a doação de órgãos.

Com a autorização da doação dos órgãos iniciou-se um processo em rede envolvendo a equipe da OSS Santa Casa de Assis e as equipes das unidades hospitalares que realizam o transplante dos órgãos doados.

Para a doação de órgãos, primeiramente, são realizados exames de verificação de compatibilidade de pacientes que aguardam na fila de transplante, neste caso específico foram disponibilizados para doação os rins. Depois da compatibilidade, o mais importante é o transporte dos órgãos após a retirada, já que cada um tem um tempo máximo para reimplante.

Os rins foram retirados na noite do último sábado, dia 13, pela equipe do Serviço de Procura de Órgãos e Tecidos (SPOT), formado pelas extintas Organização de Procura de Órgãos (OPO), e Organização de Procura de Córneas (OPC), e beneficiaram duas pessoas em Marília. Em setembro de 2015, cerca de 20 mil pessoas aguardavam por um rim compatível para transplante no Brasil.

Para a OSS Santa Casa de Assis os méritos são todos da família da doadora, que mesmo num momento de grande tristeza permitiu a doação e entendeu que outras vidas podem ser salvas com esta atitude.

Segundo a administradora hospitalar, Ana Claudia Lopes, que acompanhou todo o processo no último sábado, “Para a Santa Casa de Assis é motivo de orgulho poder participar deste momento de esperança e poder ajudar, dando esperança a milhares de pessoas que aguardam por um órgão compatível. Agradecemos muito a família que autorizou a doação e a possibilidade de uma nova chance para duas pessoas”.

A enfermeira Tatiane Cristina de Souza Tucilo, da equipe da UTI Santa Casa, frisou a importância da abordagem junto à família quando uma morte encefálica é confirmada, “Trata-se de um momento de tristeza e despedida de um familiar. Assim, mostrar a importância que a doação de órgãos tem e seu impacto na vida das muitas pessoas que aguardam, muitas vezes em condições de sobrevida, na fila de transplante é fundamental”. Outro ponto importante frisado pela Enfermeira é que todo o processo de doação dos órgãos é realizado com o maior cuidado e respeito a integridade do corpo do doador. “Agradecemos muito o entendimento e amor ao próximo dedicado pela família” finalizou a Enfermeira.

Todo o processo de retirada dos órgãos doados é acompanhado por uma Comissão, que na OSS Santa Casa de Assis é presidida pela Dra. Juliana Andrigheti Coronado Antunes. Segundo ela este primeiro processo de captação de órgão é um passo muito importante para Assis. Ela também frisou o envolvimento e comprometimento da equipe da Santa Casa, que tornou esse trabalho de doação possível, além da divulgação da importância da doação de órgãos.

“É preciso toda uma estrutura, é necessário ter uma equipe de plantão, que acompanha os profissionais que vem de fora para a retirada dos órgãos doados. E também, existe um tempo necessário entre o captar e o processo que envolve as pessoas que receberão esses órgãos. Certamente essa primeira captação faz Assis se destacar e entrar para o circuito de transplantes, promovendo o aumento da doação de órgãos e isso nos orgulha muito. Esperamos que a sociedade, que nossa comunidade assisense se conscientize cada vez mais lembrando da importância de ser um doador e de sempre deixar expresso para a família essa vontade, lembrando que, ao permitir a doação de órgãos, você estará ajudando o próximo, melhorando e salvando a vida daqueles que estão aguardando na fila por transplante”

Participaram do processo de retirada dos órgãos para doação as equipes: UTI: Enfermeiras Ana Paula Costa de Oliveira e Tatiane Cristina de Souza Tucilo   Dra. Juliana Coronado – Coordenadora da Comissão Interna de Transplantes (CIT); Centro Cirúrgico: Enfermeira Fernanda Elias da Silva, Técnicas de Enfermagem Magda Regina dos Santos, Sandra Elisa de Lima Versa, Ana Paula Lopes dos Santos, Paula Andrea Alves e o Dr. Fernando Manuel Mendes Mendonça – Anestesiologista.  Equipe OPO: Zildomar Deucher Junior – Cirurgião Cardíaco e Enfermeira Janiele dos Santos.

Como posso me tornar um doador de órgãos? O passo principal para se tornar um doador é conversar com a sua família e deixar bem claro o seu desejo. Não é necessário deixar nada por escrito. Porém, os familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte encefálica. A doação de órgãos é um ato pelo qual você manifesta a vontade de que, a partir do momento da constatação da morte encefálica, uma ou mais partes do seu corpo (órgãos ou tecidos), em condições de serem aproveitadas para transplante, possam ajudar outras pessoas a viver.

A doação de órgão somente é uma opção após excluída a reversão do quadro do paciente e depois de todos os exames clínicos necessários e comprobatórios da morte encefálica. Dado o diagnóstico, é feita a entrevista com a família sobre a vontade ou não de doar. É a família quem autoriza a doação, caso o paciente tenha manifestado o interesse anteriormente. No entanto, se em vida o paciente nunca abordou a questão, a decisão é totalmente dos familiares.