Família de mulher com câncer raspa cabelo para dar apoio: ‘Só amor’

 

A luta contra um câncer de mama se tornou bem mais leve para uma moradora de Barra Bonita (SP) que recebeu o apoio de muitos amigos. Como a maioria das pessoas que passam pelo tratamento de um câncer com quimioterapia, Giani de Fátima Mariano de Moraes, de 37 anos, também perdeu o cabelo, mas a notícia ruim foi acompanhada de belas demonstrações de amor.

A mãe de Giani, uma tia e a esposa do seu primo decidiram que passariam pela dificuldade de perder o cabelo junto com a cabelereira. “Quando fiquei sabendo da doença, do tratamento e que o cabelo cairia, elas já me falaram que estavam junto comigo e que também ficariam carecas”, lembra Giani.

Foi exatamente assim que aconteceu, apesar da advertência de Giani que pediu para que elas pensassem no que estavam fazendo. “Não queria que elas fizessem isso e ficassem mal. Mas o que elas demostraram foi só amor, carinho. Sinto muito orgulho delas, elas contam com alegria o que fizeram por mim.”

Depois da primeira sessão de quimioterapia, ela decidiu cortar o cabelo e algumas amigas e o filho de 6 anos participaram do momento. “Começou a cair muito cabelo e decidi raspar. Meu filho mais novo estava com medo de me ver sem cabelo, pedia para eu colocar peruca, mas elas fizeram tudo parecer uma brincadeira. Ele ajudou a cortar meu cabelo, rimos, foi como uma brincadeira”, conta Giani que tem mais um filho de 12 anos.

A esposa do seu primo, Sandra Guimaraes, de 40 anos, foi uma das mulheres que decidiram ficar sem cabelo durante o tratamento de Giani. “Quando ela falou que foi diagnosticada, de imediato  senti no coração que queria raspar o cabelo. Me fez bem, foi diferente, não fiquei preocupada com o cabelo. Me sinto bem. Foi uma transformação de dentro para fora”, conta a prima Sandra Guimarães.

Sandra conta que sentiu olhares de pessoas com dó, que pensavam que ela estava doente e só pensou no que as mulheres que precisam raspar o cabelo sentem. “São mulheres guerreiras que passam por isso. Eu fiz pela Giani que é uma mulher cativante, generosa, mas acabei me descobrindo, me adorando assim. Descobri que cabelo é só cabelo, que tem coisas muito mais importantes como a saúde. Não me arrependo”, afirma.

Todos pela Giani
Além das mulheres que rasparam o cabelo em apoio a cabelereira, mais de 30 amigas passaram a usar lenço durante os cultos da igreja que Giani frequenta. “Fiquei com medo de ir à igreja e me sentir diferente. Mas quando cheguei lá e vi as mulheres com lenço, me abraçando, iguais a mim, me senti mais forte, mais amada. Foi mais fácil”, lembra emocionada.

Giani também recebeu apoio pelas redes sociais. Muitos amigos, até alguns que ela não via há muito tempo, passaram a mandar fotos para ela usando turbante e com a mensagem: ‘Estamos juntos’. “A doença acabou me fazendo ver como sou amada. Estou conversando novamente com pessoas que não via há muito tempo, recebendo mensagens de apoio”, conta.

Doença
A cabelereira descobriu um nódulo no seio direito em novembro de 2015 após fazer o exame de toque durante o banho. Imediatamente foi á medica, que pediu um exame de mamografia. O resultado, infelizmente, deu que era um tumor maligno. “Não tive medo em momento algum, mas é assustador pensar que você está doente”, afirma.

Giani não precisou tirar todo o seio, apenas o quadrante. Ela já fez duas sessões de quimioterapia e está aprendendo como lidar com as dificuldades. O apoio dos amigos e do marido, Paulo Rogerio Bueno de Moraes, está sendo essencial para a cabelereira passar pelo tratamento e superar a doença. “Ele é muito companheiro, me ajuda, me faz comer”, brinca. Fonte: G1

Amigas vão à igreja de turbante (Foto: Giani Moraes / Divulgação)
Amigas vão à igreja de turbante (Foto: Giani Moraes / Divulgação)