‘Foi maratona’, diz paciente que ‘pegou carona’ com polícia para transplante
Uma moradora de Ourinhos (SP) que recebeu uma “carona” da Polícia Rodoviária depois que o carro em que estava quebrou a caminho de um transplante de rim em São Paulo, já se recupera do transplante. Elis Adriana do Nascimento, de 42 anos, viveu momentos de tensão até chegar ao hospital na quarta-feira (2). “Foi uma maratona, uma loucura. A viatura ligou a sirene e foi passando. Eu teria perdido esse rim se não fosse a ajuda deles”, afirma.
Em entrevista por telefone ao G1 nesta quinta-feira (3), Elis contou que esperava um doador de rim há quase seis anos. Ela descobriu que tinha insuficiência renal há sete anos quando teve um inchaço nas pernas e fez hemodiálise por cinco anos.
No dia que recebeu a ligação de que receberia um rim, saiu de madrugada de casa para chegar ao hospital às 6h30. “Foi muito rápido e eu não consegui a ambulância da cidade. Então pedi o carro para o pastor da minha igreja, que me acompanhou, com a esposa e meu genro”. O carro que Elis era levada quebrou às 5h10 no quilômetro 73 da Rodovia Castello Branco (SP-280), em Itu (SP).
“Depois que a gente viu que era sério o problema, vi a tensão no rosto de todo mundo. Pensei que tinha esperado tanto e agora ia perder (o rim). Foi complicado, pedimos ajuda para vários órgãos, polícia, bombeiros, concessionária, mas deu certo”, conta a mulher que foi a sexta a ser chamada na lista dos que esperavam um rim.
Apesar do susto, os policiais levaram a paciente até Araçariguama. “Os policiais ficaram sensibilizados. Os dois foram muito sensíveis”, lembra Elis. De Araçariguama, ela que seguiu em outra viatura até São Paulo, onde foi deixada no Hospital do Rim. A paciente avisou o hospital, que aguardou até ela chegar às 7h50. Segundo a unidade, a paciente passou pelo transplante e ocorreu tudo dentro do previsto.
Ainda sem previsão de alta, Elis lembra como sua vida pode mudar quando voltar para casa. “Eu não podia entrar em uma piscina, tinha várias restrições alimentares. Tomava remédios, fazia hemodiálise quatro vezes por dia, não podia sair, viajar. Agora vai ser tudo de bom”, acredita a mãe de quatro filhos.
Agora a paciente só pensa em como será depois que ela se recuperar completamente. “Quero passear, tomar sorvete, fazer uma lasanha de berinjela bem suculenta e comer muito nhoque. Comecei a dar muito mais valor a vida depois que fiquei doente. Fiquei restrita a muita coisa e vi quanto é importante ter saúde, brincar, trabalhar”, conta. Fonte G1