Gigante Gentil: raça de Jaú é dócil e pode custar até R$ 12 mil
Tutores de Jaú acreditam ter maior gato do mundo — Foto: Arquivo pessoal
O gato brasileiro que briga pelo posto de maior do mundo é de uma raça considerada dócil e amável. Além disso, os “gatões” podem custar até R$ 12 mil para quem quiser ter um em casa.
A raça maine coon é famosa pelo gigantismo de seus espécimes e considerada a maior raça de gatos domésticos do mundo. Os machos têm em média 1,10 metro, e as fêmeas apenas 10 centímetros a menos.
No caso do “bichano” de Jaú (SP), que briga para entrar no Guinnes Book, livro dos recordes, o animal tem 1,30 metro, pesa pouco mais de 10 quilos e tem seis anos, segundo os tutores Márcia Oliveira e Jean Martins.
O tamanho do gato atestado por eles supera o do maior gato vivo atualmente: um italiano da mesma raça, que mede 1,19 metro. O recordista anterior era Swetie, que chegou a 1,23 metro, mas morreu em 2016. Apesar do gigantismo, os gatos dessa raça também se destacam pela doçura e jeito brincalhão.
“Apesar de seu tamanho e aparência, eles são carinhosamente chamados de ‘gigantes gentis’, já que são dóceis. Extrovertidos, felizes, brincalhões e leais, são verdadeiros companheiros e membros da família”, afirma Gerson Alves Pereira, presidente do Clube Brasileiro do Gato (CBG) e juiz internacional da Federação Felina Internacional (FIFe).
Esses felinos possuem uma estrutura corporal robusta, peito largo e, graças aos seus ossos sólidos, uma forte estrutura muscular. Eles levam cerca de quatro anos para atingir a plenitude de sua maturidade física, segundo o especialista.
A pelagem também chama a atenção, sendo mais densa na cabeça e comprida nas costas e laterais, com uma textura suave. A tosa dela não é recomendada.
“A pelagem é sazonal, ou seja, fica mais longa e densa no inverno do que em estações mais quentes. A pelagem serve de proteção mecânica e térmica para qualquer condição climática e tem uma textura sedosa. As patas e orelhas são adornadas por tufos de pelos”, conta o presidente do Clube Brasileiro do Gato.
Filhotes de maine coon — Foto: Reprodução/Instagram
Com uma expectativa de vida alta, a média de idade varia entre nove e 15 anos, porém, já houve relatos de gatos que viveram por mais de 20 anos. Por serem grandes, eles precisam de espaço, cuidados com a alimentação e, devido à natureza caçadora, de constantes brincadeiras com seus tutores.
“São gatos que precisam, acima de tudo, de alimentação balanceada, banhos eventuais, escovação de pelos regulares e carinho. São relativamente fáceis de se manter, mas precisam de espaço e atenção”, sentencia o presidente CBG.
Segundo especialistas, a origem da raça é incerta, mas o nome deixa rastros dos caminhos traçados pelos “bichanos”. Muitos estudiosos apontam que os gatos da raça vêm de fazendas do estado do Maine, nos Estados Unidos.
Por isso, o primeiro nome da raça é “maine”, em referência ao nome do território. Já o “coon” é o diminutivo de “racoon”, que significa guaxinim em inglês, e seria graças à semelhança da cauda da raça com à dos guaxinins.
Orelhas e caudas de gatos maine coon chamam atenção
de amantes dos pets — Foto: Reprodução/Instagram
Existem lendas que também relatam que essa raça surgiu originalmente em meio ao povo viking. A história se tornou famosa devido aos gatos serem muito comuns na mitologia nórdica.
Dentre as teorias envolvendo sua origem, a mais aceita é a que os gatos maine coon se originaram do cruzamento de espécies nativas de felinos da América do Norte com gatos de pelo longo trazidos pelos europeus.
“Várias histórias, sem comprovações, mencionam a origem destes gatos como vindos de gatos de pelagem longa de Maria Antonieta, até de gatos trazidos por vikings para a região do Maine. Histórias. O que se sabe oficialmente são os primeiros registros desta raça, que datam de 1861”, conta o presidente do Clube Brasileiro do Gato.
‘Gateiros’ por vocação
Gatos da raça maine coon podem chegar a 8,2 kg (macho adulto
grande) e a 5,4 kg (fêmea adulto grande) — Foto: Pixabay/Divulgação
“Gateiro” por vocação, o casal responsável pelo Xartrux, candidato a maior gato do mundo, mantém desde 2013 um trabalho de criação e reprodução de gatos da raça maine coon, reconhecido por órgãos nacionais e internacionais.
Com poucos criadores no Brasil, por ser mais rara e difícil de se encontrar, gatos da raça acabam sendo mais caros. O preço tende a variar entre R$ 5,5 mil e R$ 12 mil, dependendo do tamanho do animal.
O Clube Brasileiro do Gato (CBG) mantém no site da instituição certificados sobre criadores ou gatis confiáveis que fazem a venda da raça.
Com mais de 15 anos de experiência em exposições felinas ao redor do mundo, o juiz internacional da Federação Felina Internacional (FIFe) conta que todos os gatos, incluindo os da raça maine coon, são avaliados nas competições entre gatos com base na descrição do padrão da raça, na qual são explicadas as características físicas de todos os elementos.
Gatos maine coon possuem mais de 1 metro de
comprimento — Foto: Reprodução/Instagram
“Ao contrário do que percebemos na fantasia popular, nenhum gato é avaliado por peso e medida nessas competições. Não se trata de uma competição de tamanho e, sim, de avaliação de cada gato, comparando o mesmo à descrição de seu padrão de raça descrito”, explica o presidente da CBG.
“Buscamos avaliar, além da estrutura, seu visual e sua expressão selvagem, a qualidade de sua pelagem, sua condição de temperamento, apresentação, saúde e bem estar. Tudo em equilíbrio e harmonia”, complementa o julgador.
Por outro lado, na disputa para ser o “maior do mundo”, o que importa mesmo é o tamanho. Os tutores de Xartrux mandaram a solicitação de avaliação para o Guinness Boook.
Com o retorno, que deve ocorrer entre o fim de abril e o início de maio, o Guinness Book realizará uma medição oficial, com a presença de um jornalista, um fotógrafo e um juiz, para assinar a declaração do tamanho do animal. Independente do resultado, os tutores continuarão “babando” pelo gatão.
“Ele [Xartrux] tem todos os padrões da raça, o tamanho, a docilidade, um gato doce, querido, companheiro, bonachão, preguiçoso, faz o que ele quer com a gente”, diz a tutora Márcia Oliveira.
‘Gatão’ de Jaú tem seis anos de idade — Foto: Arquivo pessoal
Fonte: G1