Governo de SP envia doses da vacina contra a Covid-19 para hospitais de Botucatu e Marília
O governo do estado de São Paulo anunciou que vai começar nesta segunda-feira, 18, a distribuir doses, seringas e agulhas para seis hospitais de referência do estado, para o início da vacinação contra a Covid-19. Entre as unidades contempladas, estão o Hospital das Clínicas de Botucatu e de Marília.
O anúncio foi feito depois que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, por unanimidade, o uso emergencial das vacinas CoronaVac, do Instituto Butantan, e da Universidade de Oxford. A primeira dose da CoronaVac no Brasil foi aplicada já neste domingo (17), em uma enfermeira de São Paulo.
Além do HC de Botucatu e Marília, os produtos também serão enviados para os HCs da Capital e de Ribeirão Preto, HC de Campinas e Hospital de Base de São José do Rio Preto.
O Hospital das Clínicas de Botucatu informou que as doses da vacina devem chegar na unidade entre terça e quarta-feira. Um plano de vacinação será discutido nesta segunda-feira (18). Em Marília, a superintendência também informou que o hospital está se organizando.
Segundo o governo do estado, essas unidades foram selecionadas para a fase inicial porque são hospitais-escola regionais, com maior fluxo de pacientes em suas áreas de atuação, e todos devem iniciar nesta semana a vacinação de suas equipes, que totalizam 60 mil trabalhadores.
Na sequência, o governo estadual informou que grades de vacinas e insumos também serão enviadas a polos regionais para redistribuição às prefeituras.
Em São Paulo, profissionais de saúde de hospitais de referência no combate à pandemia e integrantes de populações indígenas começaram a ser vacinados em uma sala dedicada do Complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, já no primeiro dia de campanha.
Primeira vacinada do país, enfermeira Mônica Calazans ajuda a salvar vidas em SP
Foto: Divulgação Governo de SP
A enfermeira Mônica Calazans, 54, é a primeira brasileira imunizada com a vacina do Butantan contra a COVID-19 no país. Mulher, negra e com perfil de alto risco para complicações provocadas pelo coronavírus, não deixou de atuar nos hospitais da capital paulista para ajudar a salvar vidas. Para Mônica, a campanha de imunização é uma oportunidade de recomeço para toda a população do Brasil.
Residente em Itaquera, na zona leste da capital, Mônica trabalha em turnos de 12 horas, em dias alternados, na UTI do Emílio Ribas, hospital de referência para casos graves de COVID-19. O setor tem 60 leitos exclusivos para o atendimento a pacientes com coronavírus, com taxa de ocupação média de 90%.
Foto: Divulgação Governo de SP
Primeira vacinadora
A primeira vacinadora do Brasil também é mulher e enfermeira. Jéssica Pires de Camargo, 30, atua na Coordenadoria de Controle de Doenças e mestre em Saúde Coletiva pela Santa Casa de São Paulo.
Com histórico de atuação em clínicas de vacinação e unidades de Vigilância em Saúde, Jéssica já aplicou milhares de doses em campanhas do SUS contra febre amarela, gripe, sarampo e outras doenças. Para Jéssica, o início da vacinação contra a COVID-19 é um marco histórico na própria carreira e, sobretudo, para o Brasil.
Foto: Divulgação Governo de SP
Primeira indígena vacinada no país, Vanuzia Santos é técnica em enfermagem
Foto: Divulgação Governo de SP
Vanuzia Costa Santos, 50, moradora da aldeia multiétnica Filhos Dessa Terra, na cidade de Guarulhos, é a primeira indígena do Brasil a se vacinar contra a COVID-19.
Técnica em enfermagem e assistente social, Vanuzia também preside o Conselho do Povo Kaimbé, originário do Nordeste. Ela decidiu estudar, lutar por direitos e um dia retornar para cuidar dos moradores da aldeia de Massacará, na cidade baiana de Euclides da Cunha, onde nasceu.
Atualmente, a aldeia de Massacará tem cerca de 200 famílias, com representantes de pelo menos 180 delas residentes em São Paulo. Vanuzia veio para o estado em 1988 para trabalhar e se aprimorar na carreira profissional.
“Fiquei muito feliz de participar deste momento. Sou defensora da vida, de outras vacinas, da prevenção e da saúde. Devemos valorizar a educação, a ciência, e isso pode ser conciliado mantendo uma crença, com as rezas e a medicina tradicional do meu povo”, afirmou Vanuzia.
Com informações do Governo de São Paulo