‘Humilhante’, diz mulher que enterrou irmã em cemitério sem coveiro

 

“Foi chocante e humilhante demais. Um descaso total.” O desabafo é de Aparecida do Carmo Ferraz dos Santos, que enterrou o corpo da irmã de Sueli Ferraz com ajuda de parentes e amigos no último fim de semana, em Maracaí (SP). A família precisou colocar o caixão na cova, pois não havia coveiro no cemitério municipal.

De acordo com Aparecida, Sueli, de 37 anos, morava em Campinas e morreu na madrugada de sábado (5). O corpo foi levado para Maracaí para ser velado na residência da mãe. O enterro foi marcado para domingo de manhã.

“Eu acompanhei tudo na funerária e marcamos para o período da manhã porque o corpo foi velado durante toda a noite de sábado e madrugada de domingo. Conversei com o secretário de Obras e afirmei que seria de manhã”, alega Aparecida.

Porém, ao chegar ao cemitério por volta das 11h, o coveiro não estava. “Ficamos 30 minutos esperando debaixo do sol e nada. Meu marido e o meu filho tentaram ligar para o secretário e o coveiro, mas ninguém atendeu. Foi uma humilhação muito grande. Meu pai chegou a passar mal e precisou ir para o hospital. Os filhos da Sueli também passaram mal”, diz.

Como o coveiro não apareceu, o marido e o filho de Aparecida, além de amigos que estavam no enterro, decidiram enterrar o corpo de Sueli. “Eu não desejo o que aconteceu nem para meu pior inimigo. Foi horrível e muito constrangedor. Todos ficaram muito chocados e vi minha família ser humilhada”, afirma Rosineire Bomfim, esposa do irmão de Sueli.

Quando o coveiro chegou, o corpo já havia sido colocado na cova. “Meu filho precisou ir atrás do coveiro na residência dele. Ele alegou que passaram que o enterro seria 17h30. Estavam todos tão revoltados e indignados, que os familiares não esperaram ele chegar”, conta Aparecida.

Confusão
O secretário de Obras de Maracaí, Luiz Fernando de Oliveira, afirma que foi avisado pela família que o enterro seria no domingo à tarde. Uma mudança de horário teria causado a confusão. A família diz que avisou secretário que o enterro seria às 11h, mas Oliveira nega.

“Eu fui com a família no cemitério municipal e me passaram que o enterro seria às 17h30 no domingo. Eu e o coveiro estávamos cientes que seria no domingo à tarde. A família que passou esse horário”, afirma Oliveira.

Além da família, o agente funerário da cidade também disse que avisou o secretário às 9h do domingo sobre a mudança do horário.

Agora, a família busca quais providências devem tomar. “Meus pais vão atrás para ver o que a prefeitura pode fazer em relação a isso. Não pode ficar assim. A dor que estamos sentido ninguém pode sentir e imaginar. Foi muito doloroso e nunca ia imaginar que minha irmã seria enterrada dessa forma. Triste demais”, ressalta Aparecida. Fonte: G1