Jovem morre em Guaxupé devido a complicações após demora no diagnóstico de apendicite

A saga de Natália em busca de tratamento começou em 27 de dezembro, quando procurou o pronto-socorro local com fortes dores abdominais. No entanto, somente em 2 de janeiro ela foi internada, após a quinta visita ao hospital, quando finalmente foi solicitada uma ultrassonografia para diagnosticar a condição.

Familiares alegam que, nas anteriores idas ao pronto-socorro, Natália recebia apenas dipirona, buscopan e soro, sendo diagnosticada erroneamente como excesso de gases. Mesmo acompanhada por familiares durante as consultas, a paciente não obteve o devido cuidado, segundo relatos.

O marido, Rafael Navarro Santos, destacou que o estado de saúde de Natália piorava a cada dia. Na madrugada de 2 de janeiro, após receber alta e retornar com dores intensas, foi necessário chamar os bombeiros. Ao chegar ao hospital, Natália aguardou horas por atendimento, sendo internada somente após a constatação da necessidade de um ultrassom.

A ultrassonografia, no entanto, foi adiada para o dia seguinte, alegadamente devido às limitações do equipamento do hospital. O diagnóstico, feito em 4 de janeiro, indicou a gravidade da situação, e Natália foi preparada para a cirurgia imediatamente.

No dia 6 de janeiro, Natália Corrêa veio a óbito. O atestado de óbito apontou complicações pós-operatórias de apendicite, choque séptico refratário, abdome agudo inflamatório, sepse de origem abdominal e obesidade.

O Portal da Cidade Guaxupé buscou esclarecimentos junto à Santa Casa de Guaxupé, questionando a demora no diagnóstico e a escolha do protocolo de medicação. No entanto, a instituição alegou impossibilidade de fornecer informações devido à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

A família de Natália planeja iniciar um processo judicial contra a Santa Casa de Guaxupé, alegando negligência. Rafael Navarro Santos, o viúvo, expressou sua indignação: “Acredito que foi falha do hospital, pois poderiam ter realizado a cirurgia muito antes. Vou procurar um advogado, pois isso não pode continuar acontecendo com pessoas inocentes.”

Rafael também revelou que, em 2019, a família enfrentou outra tragédia na mesma instituição, perdendo um filho devido, segundo ele, a negligência médica durante o parto. Na ocasião, não foi realizado um processo judicial.