Jovem sobrevive ao ser atacado por mais de mil abelhas em Marília
Um jovem de 23 anos sobreviveu a um ataque de abelhas digno de filme de terror. O caso foi registrado na tarde desta segunda-feira (4) na rua Olavo Bilac, Jardim São Miguel, zona oeste de Marília. O rapaz foi socorrido à Unidade Pronto Atendimento (UPA) da zona norte, onde foram retirados mais de 500 ferrões do seu corpo e foram constatadas mais de mil picadas.
A vítima, o porteiro Elias Matheus de Barros Fernandes, contou ao Marília Notícia que estava indo de moto para casa quando passou pelo local. A colmeia do enxame fica no alto de um poste de energia instalado na via, mas, no momento do acidente, as abelhas estavam alvoroçadas no meio da rua.
Ao sentir que os insetos tinham entrado no capacete e grudado na camisa que vestia, provocando as primeiras picadas, o jovem parou a moto para tentar se livrar delas, no entanto, a situação só pirou.
“Quanto mais eu me debatia mais abelhas vinham para cima de mim. Foi uma cena de terror, só tinha eu na rua. Eu apertava a campainha das casas, mas ninguém abria, nenhum carro parava”, lembra.
Em um cálculo feito por ele mesmo, foram longos oito minutos de ferroadas até que ele viu uma idosa, que observava a cena de longe. “Eu fui até ela e pedi água. Ela não entendeu direito o que eu pedia, ficou assustada e entrou para dentro da casa. Eu entrei também e corri para o banheiro. Só quando fiquei embaixo da água do chuveiro, as abelhas saíram do meu corpo”, relata o jovem.
Fernandes conta ainda que ficou cerca de 20 minutos no chuveiro, uma vez que as abelhas ficaram rodeando dentro do banheiro e teve medo de sair. Neste meio tempo, o Corpo de Bombeiros já havia sido acionado. Quando os militares chegaram à casa da idosa, a equipe notou que a mulher tinha recebido picadas de abelhas e acreditou que ela seria a vítima do ataque.
“Levaram a senhora para o atendimento e eu fiquei no banheiro. Usei todas as minhas forças e liguei para meu sogro, que foi ao local e só achou minha camiseta em cima do portão da idosa. Ele também achou que eu já tivesse sido socorrido, mas eu estava com a minha namorada no telefone e ela o avisou”, explica.
O capacete, a motocicleta e uma sacola de roupas do rapaz foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros e devolvidos aos familiares. Os objetos e o veículo ficaram tomados pelas abelhas até a intervenção dos militares.
Mesmo tomando medicação, o jovem disse que continua com dores em todo corpo e tem sofrido com fortes dores de cabeça. Ele chegou a ter crises de vômito e diarreia.
JOGO DE EMPURRA
Carlos Marini, de 54 anos, é filho de uma outra idosa, de 85 anos, que mora em frente ao poste que virou morada do enxame. Ele afirma ao MN ter pedido a retirada da colmeia à Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) e ao Corpo de Bombeiros, mas não foi atendido.
“A CPFL diz que isso é atribuição dos bombeiros e a corporação diz que é da CPFL. Ninguém resolve”, afirma Marini.
A última solicitação feita pelo filho da idosa foi no dia 2 de novembro. Essa não é a primeira vez que a colmeia se instala no local.
“Meses atrás tivemos o mesmo problema, no mesmo poste de energia. A CPFL só resolveu quando eu abordei uma equipe deles pessoalmente no local. Eu disse o que aconteceria se não fizessem a manutenção. Na hora, o funcionário pegou o celular e passou a falar com o chefe sobre o perigo”, relata Marini.
Seu maior receio é a segurança da mãe e dos outros moradores da região. “Ela tem muitos problemas de saúde, inclusive do coração, pernas inchadas e anda com andador com muita dificuldade. Se atacarem ela, só por Deus. Os vizinhos do lado direito são idosos também mesma idade da minha mãe. Se as abelhas atacarem um idoso, uma criança ou alguém com alergia, com certeza não resiste”.
O Marília Notícia cobrou posicionamento do Corpo de Bombeiros e da CPFL.
A CPFL respondeu que lamenta o ocorrido e afirmou que o manejo de fauna é realizado por órgãos de controle e proteção ambiental. “Cabe à distribuidora atuar no apoio em locais próximos à rede elétrica, desligando a energia para garantir a segurança da operação. A CPFL Paulista informa ainda que acionará os órgãos responsáveis.”
O espaço segue aberto para o Corpo de Bombeiros.
Fonte: Marília Notícia