Manifestantes fazem ato contra o corte de verbas na educação em Assis e região

Estudantes, alunos e professores de várias cidades da região participam de manifestações contra o corte de verbas na área de educação. Em Assis, a manifestação começou às 14h na avenida Rui Barbosa! Segundo a Polícia Militar, milhares de pessoas participaram do ato.

Por volta de 14h30, eles se concentravam na praça da Catedral e ouviram alguns discursos de representantes de entidades estudantis e de professores, além de apoiadores da causa.

Depois, cantando ou gritando palavras de ordem, os milhares de manifestantes partiram, caminhando, em direção à praça Arlindo Luz.

No trajeto, comerciantes e comerciários davam sinais de apoio ao movimento, demonstrando a simpatia à causa com um simples polegar direcionado para o alto ou mesmo através de palmas.

Assim foi a tarde de 15 de maio de 2019, onde a cidade de Assis registrou uma de suas maiores manifestações políticas em defesa da educação e a primeira contra uma medida do Governo Bolsonaro.

A Polícia Militar, com policiais e viaturas, acompanhou, à distância, a concentração e toda a movimentação sem registrar qualquer incidente. Fotos em Assis: Diogo Carvalho

Depois de uma grande manifestação em Bauru (SP) pela manhã, com participação estimada em 10 mil pessoas, segundo a organização, novos atos estão acontecendo em outras cidades.

Em Marília, alunos e professores da Unesp saíram do campus em direção ao centro da cidade por volta das 15h com faixas e cartazes. O grupo percorreu as principais vias do centro até chegar à Avenida Sampaio Vidal.

Em Marília, protesto contra bloqueios na educação percorreu ruas da região central — Foto: TV TEM/Reprodução

Em Marília, protesto contra bloqueios na educação percorreu ruas da região central — Foto: TV TEM/Reprodução

Por volta das 16h, os estudantes chegaram à Rua Nove de Julho, onde se encontraram com outros manifestantes. Algumas lojas do comércio fecharam as portas durante o protesto, que foi pacífico durante todo o trajeto.

Estudantes e professores ficaram reunidos na Avenida Tancredo Neves em torno de um carro de som que foi utilizado no protesto. Segundo a organização, 800 pessoas participam do movimento. A PM ainda não divulgou nenhum balanço.

Em Botucatu, manifestantes se concentram na Praça da Matriz — Foto: Rosana Bicudo da Silva/Arquivo pessoal

Em Botucatu, manifestantes se concentram na Praça da Matriz — Foto: Rosana Bicudo da Silva/Arquivo pessoal

Em Botucatu, professores e alunos da rede pública e particular de ensino se uniram em um grande protesto contra os cortes na educação. O ato teve início às 17h na praça Rubião Júnior, no centro da cidade.

Com dezenas de faixas e cartazes, os manifestantes saíram em passeata do largo da catedral e seguiram pela avenida Dom Lúcio até o cemitério da cidade. A PM a Guarda Civil Municipal orientaram o trânsito e fizeram a segurança dos manifestantes.

Protesto em Botucatu reuniu estudantes com faixas — Foto: Rosana Bicudo da Silva/Arquivo pessoal

Protesto em Botucatu reuniu estudantes com faixas — Foto: Rosana Bicudo da Silva/Arquivo pessoal

Em Ourinhos, manifestantes começaram a se reunir no início da tarde na Praça Mello Peixoto para partir em passeata pelas ruas da região central em direção ao prédio do INSS – algumas ruas chegaram a ser interditadas.

Os manifestantes, cerca de 350 pessoas, segundo a organização (a PM não fez estimativa), se dirigiram até a Diretoria Regional de Ensino, onde encerraram o ato por volta das 16h30. O protesto foi organizado pela Apeoesp, o sindicato estadual dos professores, e contou com panfletagem sobre os cortes na educação e abaixo-assinado contra a reforma da Previdência.

Em Ourinhos, manifestantes fizeram passeata que fechou ruas da região central da cidade. — Foto: Alisson Negrini/TV TEM

Em Ourinhos, manifestantes fizeram passeata que fechou ruas da região central da cidade. — Foto: Alisson Negrini/TV TEM

Já em Tupã, os estudantes saíram no início da tarde do Instituto Federal em marcha até o centro. Por lá, estudantes, professores, além de membros de movimentos sociais e sindicatos, fizeram uma passeata pela principal rua da cidade.

A organização estima que 1 mil pessoas tenham participado da passeata; para a PM, eram 700 manifestantes. O ato terminou por volta das 16h30.

Estudantes em passeata pela ruas de Tupã no protesto contra bloqueios na educação — Foto: Eduardo Dantas/Arquivo pessoal

Estudantes em passeata pela ruas de Tupã no protesto contra bloqueios na educação — Foto: Eduardo Dantas/Arquivo pessoal

Bauru

O ato teve início na manhã desta quarta-feira (15), em frente à Câmara Municipal de Bauru (SP). Os manifestantes já saíram em caminhada e percorreram diversas ruas da cidade.

Integrantes do Movimento Sem-Terra (MST) também aderiram aos protestos e chegaram em vários ônibus. Com faixas, cartazes e palavras de ordem, os manifestantes protestaram em frente ao legislativo e seguiram em caminhada. Até um caixão foi levado para chamar a atenção para o ato.

Eles se concentraram em frente à Câmara de Bauru. Uma das faixas da avenida Rodrigues Alves sentido centro-bairro ficou interditada entre 8h até às 10h.

Ato seguiu até a frente da Prefeitura de Bauru, onde carregam um caixão e estão com carro de som — Foto: Eduarda Guelfi/G1Ato seguiu até a frente da Prefeitura de Bauru, onde carregam um caixão e estão com carro de som — Foto: Eduarda Guelfi/G1

Segundo a Apeoesp, no início do ato a estimativa era de cerca de 2 mil pessoas, mas já atualizaram para 10 mil participantes envolvidos. A PM ainda não divulgou estimativa oficial sobre o número de participantes.

Por volta de 10h, os manifestantes deram início a caminhada pelas ruas de Bauru. Eles começaram a caminhar a pé pela avenida Rodrigues Alves, sentido avenida Nações Unidas e seguiram até a Prefeitura, onde realizaram um protesto com palavras de ordem e carros de som.

Após uma uma hora em frente ao Palácio das Cerejeiras, os manifestantes voltaram a caminhar em direção ao centro da cidade, onde se mantiveram concentrados em frente a Câmara de Bauru. Por volta de 12h30, os participantes começaram a dispersar do ato.

Manifestantes levaram até um caixão para participar do ato em Bauru, contra os bloqueios de verbas para a educação — Foto: Eduarda Guelfi/G1

Escolas sem aula em Bauru

A Escola Estadual Christino Cabral, uma das maiores de Bauru, suspendeu as aulas nesta quarta-feira por conta dos atos pelo país contra os bloqueios na educação. Mais de mil alunos ficaram sem aula.

A escola mandou um comunicado na terça-feira (14) avisando os alunos sobre a suspensão das aulas nesta quarta-feira.

Estudantes de Bauru foram às ruas protestar contra bloqueios no setor da educação — Foto: Eduarda Guelfi/G1

Estudantes de Bauru foram às ruas protestar contra bloqueios no setor da educação — Foto: Eduarda Guelfi/G1

Outras escolas também aderiram ao ato. Na escola estadual Ernesto Monte, cinco professores não foram trabalhar. As aulas não foram suspensas, porém a maioria dos alunos não compareceu nesta quarta.

A EE Stela Machado, também não teve aulas nesta quarta-feira. As aulas foram suspensas para que professores e alunos pudessem ir ao ato na região central.

O trânsito está complicado nas proximidades da Câmara Municipal de Bauru, na região central — Foto: Eduarda Guelfi/G1

O trânsito está complicado nas proximidades da Câmara Municipal de Bauru, na região central — Foto: Eduarda Guelfi/G1

Segundo balanço divulgado pela Secretaria Municipal de Educação, 20 escolas ficaram totalmente paralisadas em Bauru e 44 estão parcialmente sem atividades. Apenas duas escolas públicas estão funcionando normalmente.

No ensino infantil, 1.142 servidores, entre professores e funcionários aderiram à paralisação e 8.681 alunos ficaram sem ter aula. Cerca de 15 escolas do ensino fundamental e o Ceja estão parcialmente paralisados.

No ensino fundamental, 375 professores aderiram à paralisação e 7.180 alunos ficaram sem ter aula. No campus da Unesp em Bauru, as aulas também foram suspensas nesta manhã.

Alunos e professores de Bauru participam do ato contra o bloqueio de verbas na educação — Foto: Eduarda Guelfi/G1

Alunos e professores de Bauru participam do ato contra o bloqueio de verbas na educação — Foto: Eduarda Guelfi/G1

Atos na região

Estudantes da Faculdade de Medicina de Marília (Famema) também realizaram um ato na manhã desta quarta-feira (15), em Marília. Com cartazes, os alunos debateram sobre os impactos do bloqueio de verbas da educação. Cerca de 50 pessoas participaram do ato, que não foi acompanhado pela Polícia Militar (PM).

Em nota, a diretoria da Famema afirma que nenhum comunicado foi enviado à instituição sobre o corte de bolsas pela CAPES, mas recebeu a informação com preocupação. Atualmente, a instituição conta com dois programas de pós-graduação.

Em Ourinhos, pelo menos três escolas públicas ficaram sem aula nesta quarta-feira (15).

Em Botucatu, segundo a organização, cerca de 100 pessoas realizaram um debate no distrito de Rubião Junior pela manhã. Já de acordo com a Guarda Municipal (GCM) de Botucatu, foram aproximadamente 50 pessoas.

Alunos e professores de escolas públicas e privadas promoveram um debate na praça de Rubião Junior, onde confeccionaram cartazes para participar do ato na tarde desta quarta-feira (15), agendado para as 17h. O campus da Unesp de Botucatu também está sem aula.

Em Botucatu, alunos e professores confeccionam cartazes para participar do ato no final da tarde — Foto: Murilo Rincon/TV TEM

Em Botucatu, alunos e professores confeccionam cartazes para participar do ato no final da tarde — Foto: Murilo Rincon/TV TEM

Sobre o Ato

Entidades ligadas a movimentos estudantis, sociais e a partidos políticos e sindicatos convocaram a população para uma greve de um dia contra as medidas na educação anunciadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.

Em abril, o Ministério da Educação divulgou que todas as universidades e institutos federais teriam bloqueio de recursos. Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado.

De acordo com o Ministério da Educação, o bloqueio é de 24,84% das chamadas despesas discricionárias — aquelas consideradas não obrigatórias, que incluem gastos como contas de água, luz, compra de material básico, contratação de terceirizados e realização de pesquisas. O valor total contingenciado, considerando todas as universidades, é de R$ 1,7 bilhão, ou 3,43% do orçamento completo — incluindo despesas obrigatórias.

Em 2019, as verbas discricionárias representam 13,83% do orçamento total das universidades. Os 86,17% restantes são as chamadas verbas obrigatórias, que não serão afetadas. Elas correspondem, por exemplo, aos pagamentos de salários de professores, funcionários e das aposentadorias e pensões.

Segundo o governo federal, a queda na arrecadação obrigou a contenção de recursos. O bloqueio poderá ser reavaliado posteriormente caso a arrecadação volte a subir. O contingenciamento, apenas com despesas não obrigatórias, é um mecanismo para retardar ou deixar de executar parte da peça orçamentária devido à insuficiência de receitas e já ocorreu em outros governo.

Manifestantes estão concentrados em frente ao prédio da Câmara Municipal de Bauru (SP) — Foto: Eduarda Guelfi/G1

Manifestantes estão concentrados em frente ao prédio da Câmara Municipal de Bauru (SP) — Foto: Eduarda Guelfi/G1

Manifestantes percorrem a avenida Nações Unidas na manhã desta quarta-feira (15), em Bauru (SP). — Foto: Eduarda GuelfI/G1

Manifestantes percorrem a avenida Nações Unidas na manhã desta quarta-feira (15), em Bauru (SP). — Foto: Eduarda GuelfI/G1