Maratonista de Paraguaçu Paulista testa positivo para doping e está fora das Olimpíadas de Paris
O Brasil teve seu primeiro caso de doping comprovado antes das Olimpíadas de Paris. O maratonista Daniel Nascimento testou positivo para três substâncias proibidas, de acordo com a lista de atletas suspensos pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), atualizada nesta segunda-feira (15): drostanolona, metenolona e nandrolona, três hormônios anabolizantes. Graziele Zarri, namorada de Daniel, também aparece na listagem.
Primeiro brasileiro a conquistar a classificação para Paris na maratona masculina ao atingir o índice olímpico em abril de 2023, em Hamburgo, Daniel foi submetido a um teste surpresa no dia 4 de julho. Segundo o documento emitido pela ABCD, o material biológico continha as seguintes substâncias: Drostanolona, Metenolona, Nandrolona, todas da classe de esteroides anabolizante S1, precursores da testosterona, que podem resultar em até quatro anos de suspensão.
– Drostanolona, Metenolona, Nandrolona são três hormônios anabolizantes, portanto são usados com o intuito de aumentar força, potência muscular, acelerar recuperação muscular do atleta. As outras substâncias são metabólitos desses hormônios – explica o médico especialista em medicina no esporte Francisco Tostes, atuante em endocrinologia.
Tostes se refere às substâncias 19-Norandrosterona, 19-Noretiocolanolona, 3alfa-Hidroxi-2alfa-metil-5alfa-androstan-17-ona e 3alfa-Hidroxi-1-metileno-5alfa-androstan-17-ona, metabólitos dos três hormônios.
– Uma vez que uma pessoa coloca os hormônios para dentro, injetando ou ingerindo, o fígado vai processar, vai metabolizar esses hormônios e eles vão se converter em outras substâncias, e essas são algumas delas. Os hormônios anabolizantes estão na lista da WADA, estão no código mundial de antidopagem na categoria S1, de substâncias que são proibidas todo o tempo, ou seja, dentro e fora de competição – esclarece.
A assessoria da ABCD comentou sobre os riscos sobre o uso das substâncias em questão, como aumento da pressão sanguínea, tumores no fígado e no pâncreas, alterações nos níveis de coagulação sanguínea e de colesterol, aumento da agressividade e, em situações mais graves, morte.
Quanto às punições cabíveis ao uso comprovado desse tipo de substância, a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem apenas pode se manifestar sobre casos concretos, até transitado em julgado. No entanto, de uma maneira geral, a prática é de 4 anos de suspensão, salvas as peculiaridades que devem ser avaliadas em julgamento.
Danielzinho deve responder ao processo suspenso, salvo se comprovar contaminação. A pena base parte de quatro anos de suspensão podendo ser reduzida para dois anos caso o atleta comprove ausência de intenção.
A namorada de Daniel, Grazieli Zarri também foi suspensa em 23 de janeiro, devido à presença de Testosterona, Androstanediol e Androstanedio em seu teste, realizado no Quênia.
Na terça-feira (16), um dia após divulgação do doping, a equipe de Daniel Nascimento se manifestou e alegou que o atleta “convive com traumas e problemas mentais” nos últimos meses. No texto a equipe pede para que tenham empatia com Daniel para que ele fique bem e que o “corpo jurídico já está em ação para tratar sobre o caso”.
Fonte: ge. globo.com