Marido suspeito de espancar mulher é preso após repercussão na internet

 

Um homem suspeito de espancar a mulher foi preso nesta semana em Pederneiras (SP) depois do caso ganhar repercussão nas redes sociais. No dia das agressões, que aconteceram no domingo (23), o homem foi ouvido e liberado porque, segundo a Polícia Civil, não houve flagrante. Mas, depois da mobilização de moradores na internet, a Justiça aceitou o pedido da advogada da vítima e determinou a prisão preventiva dele. O suspeito foi preso na quarta-feira (26).

Vítima teve vários ferimentos no rosto (Foto: Reprodução / TV TEM)Vítima teve vários ferimentos no rosto (Foto:
Reprodução / TV TEM)

A vítima chegou a ser internada e agora se recupera dos ferimentos em casa. Sem se identificar, ela contou como foram as agressões. “Ele pressionou meu pescoço com o pé e foi apertando, apertando. Aí foi que eu quase perdi o sentido. Eu fiquei quieta, não consegui mais gritar e eu vi que ia mesmo desmaiar”. Quando conseguiu escapar, ela foi socorrida pelos vizinhos que chamaram a polícia e o Samu.

O advogado do agressor disse, por meio de uma nota, que o marido reconhece que houve um excesso, mas isso só aconteceu porque a vítima teria antes agredido a mãe dele, uma senhora de 76 anos. Versão que a vítima garante não ser verdadeira. “Em nenhum momento eu me dirigi a ela para bater nela”, conta.

Caso teve repercussão nas redes sociais (Foto: reprodução/Facebook)Caso teve repercussão nas redes sociais (Foto: reprodução/Facebook)
No dia das agressões, o suspeito foi ouvido e liberado. O delegado Richard Serrano explica que o suspeito alegou legítima defesa. “Este homem para não ficar exposto, se refugiou  na casa de seus pais, onde a mulher foi atrás e lá houve essa nova discussão. As agressões, não só no homem, que está ferido, mas, na mãe dele, como na própria mulher. Ele disse que se defendeu, defendeu a mãe e reconhece que se excedeu, mas a princípio, ele agiu em uma legítima defesa, mas ele reconhece que tem que responder pelo o que ele fez”, explica o delegado.
Protestos foram programados na cidade após repercussão do caso (Foto: reprodução/Facebook)Protestos foram programados na cidade após
repercussão do caso (Foto: reprodução/Facebook)

A reportagem da TV TEM consultou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Bauru, que explicou que o marido foi liberado no dia da agressão porque ele não dificultou o trabalho da polícia. “Se vítima, testemunha, agressor, qualquer um dos envolvidos na situação compareceram espontaneamente, não foram conduzido a força pela Polícia Militar, por exemplo, porque é o mais comum a PM fazer a condução do agressor à delegacia, não tem flagrante. Ele compareceu para o depoimento e inclusive tem o direito de permanecer em silêncio”, ressalta Ana Carolina Minozzi, advogada da OAB.

No entanto, diante da repercussão, a OAB nomeou duas advogadas da Comissão da Mulher Advogada para acompanhar o inquérito policial. Neste ano, foram registrados até agora 9 casos de violência contra mulheres em Pederneiras. Em todo ano passado foram, 13 casos. Em Bauru, no ano passado foram registrados 1.372 casos. E segundo a Secretaria do Bem-Estar Social, em 2015 eram feitos dois atendimentos em média por dia de mulheres agredidas e esse ano subiu para quatro atendimentos diários. Fonte G1