Massa de ar frio viaja quase seis mil quilômetros em 96 horas diminuindo a temperatura em 12 estados do Brasil

 

O forte pulso de ar frio polar que ingressou ao Brasil na última terça-feira (26) derrubou as temperaturas de forma mais agressiva em boa parte da Região Centro-Oeste e em toda a Região Sul, além de partes dos estados de Minas Gerais e São Paulo.

Na Região Norte, o primeiro fenômeno da friagem de 2016 também declinou as temperaturas, mas não de forma intensa, como agora divulgado por algumas páginas de meteorologia privada.

O menor valor oficialmente foi registrado em Vilhena, no sul de Rondônia, com 12°C no Aeroporto Regional “Brigadeiro Camarão”, na madrugada desta quinta-feira (28). A marca, portanto, é considerada normal, uma vez que Vilhena possui vasto histórico de temperaturas durante situações de friagem entre 7°C e 10°C.

Na madrugada desta quinta-feira (28), o sistema frontal avançou um pouco mais para norte, segundo carta sinótica elaborada pelo Grupo de Previsão de Tempo (GPT) do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cptec/Inpe), que indicou o sistema frontal, ainda não estacionário, até o sudoeste do Amazonas, já na fronteira com o Peru.

Estações meteorológicas automáticas operadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registraram os menores valores de temperatura mínima por estado de:

-3,5°C em Bom Jardim da Serra, SC
-0,3°C em São José dos Ausentes, RS
0,0°C em Clevelândia, PR
3,2°C em Rancharia, SP
4,5°C em Rio Brilhante, MS
5,1°C em Camanducaia, MG
9,3°C em Alto Taquari, MT
10,2°C em Rio Verde, GO
14,1°C em Epitaciolândia, AC
14,2°C em Petrópolis, RJ
14,7°C em Cacoal, RO
16,5°C em Boca do Acre, AM

Desde que entrou no extremo sul do continente, no sul da Argentina e do Chile, na noite da última segunda-feira (25), o anticiclone escoou rapidamente ao largo da face leste da Cordilheira dos Andes invadindo das bacias dos rios Guaporé, Paraguai e Paraná com facilidade. Dois núcleos de baixa pressão no Oceano Atlântico contribuíram para a advecção do ar frio pelo interior do continente, que viajou quase seis mil quilômetros em um pequeno intervalo de 96 horas.

Além de muito frio, o ar polar também contribuiu para a ocorrência de neve fraca na serra catarinense e de geada em vários municípios da Região Sul, Mato Grosso do Sul e São Paulo, que não registravam o fenômeno desde o inverno de 2014.

(Fonte da informação: De Olho No Tempo Meteorologia)