Menino se cobre com capa de chuva para abraçar professora: ‘Muita saudade’
Um menino de 5 anos improvisou uma capa de chuva para matar a saudade que estava da professora, que não via desde o dia 15 de março em Jaú, no interior de São Paulo.
A ideia foi da mãe de João Vicente Peres de Oliveira, para ajudar o filho com o desejo de ganhar um abraço da docente e, ainda assim, manter o garoto em segurança conforme as medidas de isolamento social necessárias para combater o avanço do coronavírus.
Mariana Vendrame Peres improvisou a proteção na quarta-feira (20), quando precisou ir até a escola para buscar material das atividades que está fazendo com o filho em casa.
“A escola dele é muito lúdica e eles não quiseram perder essa essência, então passaram atividades para gente fazer em casa, não está tendo aula online. Quando eu recebi a mensagem para buscar o material já comecei a pensar no que eu poderia fazer para o João Vicente poder ver a professora, porque ele tem muita saudade. Todo dia pergunta se o coronavírus foi embora para ele poder colocar uniforme e ir para escola”, conta Mariana.
A mãe tinha várias capas de chuva em casa e decidiu usar uma delas, junto com a máscara, para proteger o filho.
“Quando contei para ele o que estava pensando em fazer, que ele ia precisar usar a capa de chuva, ficou todo empolgado, pegou a capa de chuva e falou: ‘vamos mamãe, vamos agora’. A capa de chuva ficou uma pouco grande nele, o capuz caia um pouco no rosto dele e deu a impressão que ele estava todo plastificado na foto, mas tinha a abertura normal no rosto e ele estava respirando normalmente”, explica.
O abraço foi registrado pela mãe que fez uma postagem no seu perfil no Facebook com uma mensagem sobre a parte difícil do isolamento social, que é estar fisicamente afastado de quem gostamos.
“Que tudo passe logo e que na próxima possamos entrar, se abraçar, sorrir, chorar de alegria, comemorar a vitória disso tudo”, escreveu Mariana na postagem.
Nessa sexta-feira (22), é comemorado o Dia do Abraço, ato de carinho que é cada vez mais evitado por causa da forma de transmissão do coronavírus. Por isso, atitudes simples como a do João Vicente acabam emocionando, comenta a mãe.
“Na hora que a professora saiu no portão, ele foi direto abraçá-la, foi muito espontâneo e só deu tempo de tirar a foto. Depois todo mundo se emocionou ele chorou, a professora chorou e eu chorei. Foi tudo muito rápido, ele abraçou, pegamos o material e fomos embora. No carro, o João falou ‘foi muito gostoso esse abraço mãe, eu senti muito amor’. Foi emocionante.”
Mariana é maquiadora e trabalha com pintura infantil em festas, que não estão mais sendo realizadas, por isso está em casa com os filhos desde o início da quarentena.
“A quarentena já estava sendo um período difícil, mas nessa quarta quando fomos na escola foi mais complicado. Esse é o último ano do João Vicente na escolinha e a gente começou o ano na expectativa da formatura, da festinha e tudo mudou. Mas a gente sabe da importância de tudo isso, dos riscos que existem e por isso estamos em casa mesmo, eu só saio para ir no mercado e meus filhos só vem os avós do portão”, finaliza.
Jaú contabiliza, até a manha desta sexta-feira (22), 151 casos confirmados e cinco mortes. Fonte G1