Monitora morta por interno em clínica de recuperação acolhia moradores de rua: ‘Vivia para isso’, diz filha

A filha única da monitora, de 52 anos, que foi morta por um interno com golpes de enxada em uma clínica de recuperação em Marília (SP) lamentou a morte da mulher. Simone Vieira da Costa morreu na noite desta terça-feira (27), no local que fica na Rodovia Dona Leonor Mendes de Barros (SP-333).

Ao g1, Rafaela Vieira da Costa Rodrigues, de 22 anos, pontuou que o sonho da mãe era acolher todas as pessoas em situação de rua com a intenção de abrigar, alimentar a ajudar na cura.

O trabalho com os moradores em situação de rua começou em 2015, com a doação de marmitas. Mas, a vontade de fazer mais por aqueles necessitados de ajuda e acolhimento “gritou mais alto”.

Rafaela e a mãe Simone, moradoras de Marília — Foto: Rafaela Vieira da Costa Rodrigues /Arquivo pessoal

Rafaela e a mãe Simone, moradoras de Marília

— Foto: Rafaela Vieira da Costa Rodrigues /Arquivo pessoal

Por isso, Simone fundou a clínica de recuperação, nomeada Estância Peniel. O sonho, que começou lá em 2018, foi interrompido com a fatalidade. O trabalho voluntário desenvolvido pela monitora é descrito pela filha como nobre e corajoso, já que estava diariamente exposta e vulnerável.

“Era um sonho dela socorrer todas as pessoas em situação de rua. Sempre com o coração generoso para acolher todos, inclusive o indivíduo que, em crise de sua doença, cometeu esse crime horroroso”, lamenta.

Segundo Rafaela, a rotina da mãe se resumia aos cuidados com os internos, ao lado de outros voluntários, cada um com as suas atividades. Aos fins de semana, a filha ainda lembrou que aproveitavam juntos os momentos de lazer.

“Ela vivia para isso, só pensava em ajudar. Ninguém conseguia tirar da cabeça dela este pensamento. Ela dizia que eu nunca iria entender o porquê dela fazer este trabalho com tanto amor e dedicação”, reforça.

Ao g1, Rafaela Vieira da Costa Rodrigues, de 22 anos, pontuou que o sonho da mãe era acolher todas as pessoas em situação de rua com a intenção de abrigar, alimentar a ajudar na cura.

O trabalho com os moradores em situação de rua começou em 2015, com a doação de marmitas. Mas, a vontade de fazer mais por aqueles necessitados de ajuda e acolhimento “gritou mais alto”.

Rafaela e a mãe Simone, vítima de golpes de enxada, em passeio com cavalo em clínica de recuperação de Marília — Foto: Rafaela Vieira da Costa Rodrigues /Arquivo pessoal

Rafaela e a mãe Simone, vítima de golpes de enxada,

em passeio com cavalo em clínica de recuperação de Marília

— Foto: Rafaela Vieira da Costa Rodrigues /Arquivo pessoal

No momento que soube da morte de Simone, a filha desmaiou, mas não precisou de atendimento. Conforme ela narrou, teve dificuldades para assimilar o que havia acontecido.

“Minha maior vontade é ver ela com vida ligar para ela todos os dias como sempre fazia. Está doendo tanto”, se emociona.

O enterro de Simone está previsto para ser realizado nesta quinta-feira (29) às 10h30 no Cemitério da Saudade, onde o velório também acontece nesta manhã na sala 7.