Moradora é multada após vizinho reclamar do barulho de animais em Assis

 

Uma moradora de Assis (SP) que cuida de animais abandonados foi multada em R$ 20 mil porque um vizinho reclamou do barulho. A presidente da ONG SOS PET, Regina Fantinatti, cuida de 60 cães e 20 gatos. A Justiça também determina que os animais sejam retirados do local. Como ela não tem para onde levá-los vai recorrer da decisão.
“Estou esperando pra ver o que acontece. Eu quero doar, preciso, então quem quiser adotar um cão adulto, filhote, que me procure ou as voluntárias porque a gente precisa tirar”, diz a presidente.

Regina ainda trabalha como cabeleireira. É com esse serviço que ela consegue manter a ONG de proteção aos animais. Além dela, outros 10 voluntários ajudam com doações e também cuidando dos cães em casa. “Levantar cedo e por a mão na massa. É roupa para lavar, todo dia a gente troca as caminhas, limpa canil, limpa as baias. Dou remédio, faço curativo. Lavo os cães que não andam e fazem as necessidades. Todo dia tem que ser trocado tudo certinho.”
O problema é que esse abrigo para animais funciona no Jardim Europa, um bairro de Assis. Outras famílias moram em volta e o barulho dos animais incomodou um vizinho. A solução seria um abrigo municipal, mas a prefeitura de Assis não tem um local apropriado. Um programa de controle de animais nas ruas começou a ser implantado e 85 cães foram castrados.

“Quantos aos animais de fato que estão lá, a prefeitura municipal de Assis também não tem um local pra que possa levar esses animais, sabemos dessa responsabilidade, por isso nós já havíamos estudado um local para que a gente pudesse abrigar esses animais, então esses animais a prefeitura não tem um local para absorver eles”, explica o secretário de Meio Ambiente Fabiano Cavalcante.

A voluntária da ONG Sandra Lúcia Vieira de Aquino está preocupada com o destino dos animais. “A nossa luta é constante, o poder público está se isentando e a nossa cidade está se tornando um caos em relação aos animais. Essa ordem judicial com 80 cães pra ser colocados na rua porque a gente não tem um abrigo, não é falta da gente procurar o poder público porque a população vem com a gente, sabe que a gente procura, a gente pede atitude, pede um abrigo então tá complicado, se tornou caótica essa situação”, reclama.

Ainda de acordo com o secretário, existe um plano de construir um abrigo e um centro de zoonoses para prevenir doenças que podem ser transmitidas de animais para seres humanos, mas só no ano que vem e depende de verba do governo estadual. Enquanto isso os animais continuam dependendo da caridade das pessoas. “A solução mesmo é doar, a gente precisa doar e esperar uma solução da prefeitura, que precisa arrumar um abrigo pra gente”, acredita Regina.