Moro aceita convite de Bolsonaro para o Ministério da Justiça
O juiz Sergio Moro aceitou o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para assumir o Ministério da Justiça e da Segurança Pública . A informação foi confirmada por meio de nota divulgada no fim da manhã desta quinta-feira, após reunião na casa de Bolsonaro, no Rio .
Logo em seguida, Jair Bolsonaro publicou em suas redes sociais que a agenda de Moro será “anti-corrupção” e “anti-crime organizado”. Ao sair da casa de Bolsonaro, Moro seguiu acompanhado de Paulo Guedes para o Gávea Golf & Country Club, na Zona Sul, onde almoçaram juntos. Os dois deixaram o local por volta do meio-dia. O magistrado embarca de volta para Curitiba em um voo marcado para 13h40.
Moro afirmou que vai se afastar das audiências da operação que já estão marcadas para “evitar controvérsias desnecessárias”. Isso significa que ele não vai ouvir o interrogatório do ex-presidente Lula na ação que apura reformas feitas por empreiteiras no sítio de Atibaia, interior de São Paulo.
A audiência com o petista está marcada para 14 de novembro. Para a defesa do petista, o convite feito por Bolsonaro a Moro já reforçava a tese de que Lula é alvo de uma perseguição política . Em petição entregue nesta quarta-feira, os advogados dizem que Moro vai integrar o governo de um político que prometeu “metralhar a petralhada” e deixar Lula “apodrecer na cadeia”.
A audiência com o petista está marcada para 14 de novembro. Para a defesa do petista, o convite feito por Bolsonaro a Moro já reforçava a tese de que Lula é alvo de uma perseguição política . Em petição entregue nesta quarta-feira, os advogados dizem que Moro vai integrar o governo de um político que prometeu “metralhar a petralhada” e deixar Lula “apodrecer na cadeia”.
“No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito a Constituição, a lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior.”
Assim que Moro oficializar sua desistência do cargo de juiz, os processos da Lava-Jato deverão ser conduzidos provisoriamente pela juíza Gabriela Hardt . Como é uma juíza substituta, Gabriela não poderá assumir definitivamente a vaga de Moro, que é um juiz titular.
Pelas regras da magistratura federal, o posto deverá ser oferecido inicialmente aos demais juízes federais titulares da região, que inclui Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul . Há 223 juízes nessa condições.
Antes das eleições de domingo, Moro já havia se reunido com economista Paulo Guedes, que deve ser o ministro da Fazenda. Na ocasião, Guedes apresentou a Moro a proposta de transformar a Justiça em um superministério, agregando diferentes áreas do governo .
Desde então, Moro conversou com colegas na Justiça e também com integrantes da força-tarefa da Lava-Jato sobre a hipótese de aceitar o convite. O foco principal do novo ministério será o combate ao crime organizado e à lavagem de dinheiro. Fonte O Globo