Morre bebê com problema no coração que esperava vaga em hospital

 

Morreu nesta quarta-feira (16) o recém-nascido Davi Brasil da Silva Ferreira, que estava internado desde o dia 7 de outubro no Hospital Regional de Assis (SP) a espera de uma transferência para outro hospital com mais recursos para conseguir fazer uma cirurgia. David precisava corrigir um problema no coração e a família entrou na Justiça, mas nem isso garantiu uma vaga para o recém-nascido.

Uma liminar foi emitida no dia 12 novembro para que o Estado consiguisse uma vaga em algum hospital especializado, nenhuma vaga foi fornecida, segundo a advogada da família Rayres dos Santos Carvalho Pires. Ainda de acordo com a advogada da família, o Estado emitiu um documento nesta terça-feira (15) afirmando que a vaga  não foi concedida, pois o bebê estava com uma bactéria. Contudo, no  documento não afirma se a bactéria era Klebsiella, a KPC. O Hospital Regional de Assis nega que a criança estaria com a bactéria.

Entenda o caso
Desde o dia 7 de outubro, David estava internado no Hospital Regional de Assis a espera de uma transferência para outro hospital com mais recursos para conseguir fazer uma cirurgia.

A avó do bebê, Libanori Brasil, contou que nos últimos meses de gestação, a mãe descobriu que o menino tinha uma má formação no coração, e que por isso tinha que fazer uma cirurgia, logo após o nascimento, para corrigir o problema.

“No final da gestação já foi diagnosticado o problema. O certo seria ela fazer esse parto em um hospital especializado, porque o Hospital Regional não tem suporte para criança com cardiopatia, só que a criança acabou nascendo aqui. Faz 43 dias já que a gente está esperando a Central de Vagas e nada. A gente decidiu entrar na Justiça”, afirma a avó.

A esperança da família era conseguir uma vaga através de uma ação na Justiça para obrigar a Secretaria da Saúde a encontrar um leito disponível, mas nem a decisão favorável foi capaz de aliviar o sofrimento da família. A Justiça deu o prazo de 24 horas para que o Estado consiga uma vaga em algum hospital especializado. Só que a decisão já tem dez dias e até agora a família não recebeu nenhuma resposta.

“Embora o juiz tenha determinado um prazo de 24 horas, isso começou a contar no dia 12 novembro, até a data nenhuma vaga foi fornecida e nem mesmo resposta do Estado”, explica a advogada da família Rayres dos Santos Carvalho Pires.

A multa estipulada na ação é de R$ 5 mil por dia de descumprimento, mas como nem isso tem resolvido, a advogada entrou com outro pedido na Justiça. “A gente já peticionou novamente, agora requerendo que o menor fosse transferido para um hospital privado e que o Estado arcasse com o custo. Pediu também um bloqueio de valores, porque nenhum hospital privado vai receber o menor sem uma garantia de pagamento. O promotor de Justiça já concordou e agora a gente está esperando uma resposta do juiz.”

David passou os dias à base de medicamentos que prolongaram o tempo de vida dele, enquanto aguardava a cirurgia. A Central de Regulação de Vagas informou que no momento o bebê não apresenta condições clínicas para realização de cirurgia, inclusive está tratando de infecção por meio de antibióticos. Fonte: G1