Morre Professor Agripino Lima, ex-prefeito de Presidente Prudente

 

Morreu hoje, 7, na capital paulista, o chanceler da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), Agripino de Oliveira Lima Filho, aos 86 anos. A unidade de ensino, em nota, informou que ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, onde foi submetido a um procedimento cirúrgico no dia 22 de janeiro, em razão do diagnóstico de uma úlcera gástrica hemorrágica causada por um tumor.

Ainda conforme a nota de falecimento, após a cirurgia, o quadro de saúde de Agripino era considerado estável e com boa evolução, porém nos últimos dias se agravou. O velório, aberto ao público, ocorre nesta quinta-feira, no Santuário Morada de Deus, em Álvares Machado, com previsão para início às 9h e término às 17h. O sepultamento será restrito à família. Na rede social Facebook, a Unoeste declarou luto e suspendeu as atividades acadêmicas e administrativas da instituição de ensino por três dias a partir de amanhã. Por ordem do prefeito Nelson Roberto Bugalho (PTB), nesta tarde foram cancelados todos os eventos oficiais programados. Amanhã será publicado pela Prefeitura luto oficial de três dias.

Além de vereador, na década de 70, foi prefeito de Prudente por três mandatos – de 93/96, 2001/2004, 2005/2007. Enfrentou inúmeros entraves jurídicos, e em 2007, teve vacância da cadeira declarada pela Câmara Municipal, após condenação do TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) pela suposta compra de aparelhos sem licitação.

Agripino nasceu em Lençóis Paulista (SP), no dia 31 de agosto de 1931, e era filho de Agripino de Oliveira Lima e de Silvéria do Prado Lima. De acordo com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), ele graduou-se pela Faculdade de Direito de Presidente Prudente em 1967 e pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Mogi das Cruzes (SP) em 1970. Advogado, professor e proprietário de uma rede de faculdades particulares, a APEC (Associação Prudentina de Educação e Cultura). Em sua morte, era considerado o chanceler da Unoeste.

Trabalhou como roceiro, carroceiro, caminhoneiro, vendedor ambulante de bebidas e de livros. Começou sua vida política com o título de professor na cidade de Alfredo Marcondes. Por muitos anos, pertenceu ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) de Jânio Quadros. Convidado pela presidência do Partido da Frente Liberal (PFL), lá permaneceu até 1998, quando decidiu retornar sua filiação para o PTB. Atualmente está filiado ao PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro).

Nos anos de 1971 a 1973 foi presidente do Centro Professorado Paulista (CPP). Exerceu o cargos de vereador pelo município de Presidente Prudente por duas legislaturas (1972/1976 e 1977/1982); de deputado federal (1986 a 1990); deputado estadual (1998 a 2000); vice-prefeito prudentino (janeiro de 1988 a dezembro de 1992). Eleito prefeito de Presidente Prudente por duas vezes para os mandatos de 1993 a 1996 e 2001 a 2007.

Como deputado federal constituinte, Constituição Federal de 1988. Em 2002, impediu a marcha de 10 mil sem-terras e lamentou que um dos líderes do MSTJosé Rainha Júnior, tivesse escapado com vida depois de ter sido atingido por um tiro. A Procuradoria da República instaurou inquérito contra Agripino Filho por ter bloqueado a estrada e elogiado o autor do tiro contra José Rainha.

Em 2004, foi reeleito prefeito com mais de 62.000 votos. Foi o primeiro governante do município a ocupar a prefeitura por três mandatos pelo voto popular. Foi classificado entre os 10 deputados que mais trabalharam.

Em 2007 foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a ressarcir os cofres do município por ter adquirido sem licitação aparelhos na Alemanha para a montagem de um planetário na Cidade da Criança além também de ter os seus direitos políticos cassados por cinco anos. Em acordo com a determinação de um artigo da Lei Orgânica Municipal que determinava que o prefeito que perdesse seus direitos políticos durante o mandato deveria ser destituído, a Câmara de Vereadores declarou a vacância do cargo. Pouco depois, assumiu o vice, Carlos Roberto Biancardi. Agripino recorreu ao Tribunal de Justiça de São Paulo, mas perdeu. Em novembro de 2007, através da iniciativa do então vereador Nico Rena, a Câmara aprovou o Decreto Legislativo 392/07, que anulou a declaração de vacância do cargo e Agripino Lima reassumiu a função, mas por apenas 24 horas, uma vez que foi apresentado um mandado de segurança que anulava o tal decreto. Agripino Lima novamente recorreu e perdeu.

Agripino também é empresário, dono de empresas e fazendas. Em 2001 uma briga familiar foi repercutida nacionalmente pela Revista Época.

Agripino Filho, hoje se diz um homem de paz e religioso. Começou sua carreira religiosa com a construção de quinze igrejas católicas nos bairros mais distantes de Presidente Prudente buscando ter prestígio das populações periféricas. Construiu, também, o Santuário Morada de Deus, a maior construção de caráter religioso do Brasil. Adotou o lema do brasão prudentino“Labor Omnia Vincit” que em sua tradução significa: O Trabalho vence tudo”.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Agripino_de_Oliveira_Lima_Filho