MPF sugere cobrança proporcional para pedágio da SP-333 em Marília
O Ministério Público Federal (MPF) fez uma proposta a respeito da cobrança das praças de pedágio na Rodovia Dona Leonor Mendes de Barros (SP-333), em Marília (SP).
A tarifa começou a valer nesta segunda-feira (15) e muitos moradores da zona rural reclamaram que teriam de pagar o valor várias vezes ao dia apenas para ir até a cidade.
De acordo com o MPF, a melhor solução para esse pedágio, que já foi construído, é a cobrança por quilômetro percorrido. “Isso é o que vai promover justiça tarifária”, aponta o procurador da república, Diego Fajardo.
Portanto, a proposta é que o motorista que percorrer o trecho e seguir no sentido BR-153 pague, aproximadamente, 1/3 da tarifa. E quem seguir viagem no trecho completo da SP-333 pague a tarifa cheia, no valor de R$ 7,30.
Em julho de 2018, o MPF concedeu uma liminar que proibia a cobrança no pedágio. No documento, o Ministério dizia que a Entrevias, a concessionária responsável pelo trecho, teria “qualificação técnica” para adotar um sistema proporcional de tarifa.
E, no mesmo documento, o sistema proposto pelo MPF tinha o nome de “ponto a ponto”. Nele, a passagens pelo pedágio seriam registradas por meio de “tags” instaladas nos veículos.
A tarifa seria, então, cobrada baseada na distância, em quilômetros, percorrida pelo motorista dentro da determinada rodovia. O sistema chegou a ser testado, mas não foi implantado.
Em nota, a Entrevias informa que no contrato de concessão “há a previsão, e não uma obrigação”, de implantação de um sistema pela distância percorrida, conhecido como ponto a ponto.
O texto diz ainda que,”diante da motivação do MPF e das comunidades afetadas com a praça de pedágio”, iniciará estudos para implantação, o que “poderá levar um tempo de quatro meses”.
Também em nota, a Artesp, a agência que regula o serviço em rodovias estaduais, diz que “o contrato de concessão prevê a implantação do sistema ponto a ponto, de acordo com a demanda de tráfego, a critério da concessionária”.
A Artesp destaca ainda que, “baseado no princípio da isonomia, não prevê isenção de cobrança de tarifa para moradores de distritos municipais servidos por rodovias concedidas”.
Início da cobrança em pedágio da rodovia Dona Leonor Mendes de Barros, na região de Marília (SP), teve que ser adiado — Foto: Reprodução/TV TEM
Atalho
Com a construção do pedágio, moradores da zona rural de Marília agora têm que pagar a tarifa para ir até a cidade. A situação causou muita revolta e, por conta disso, a Prefeitura sugeriu um “atalho” para desviar da praça.
No entanto, esse desvio é uma estrada de terra, que fica em um trecho onde há sinalização de que a conversão na rodovia é proibida. Mas como não há fiscalização, diversos motoristas começaram a trafegar na contra mão para conseguir acessar o desvio
Motoristas se arriscam e trafegam na contramão para escapar de pedágio em Marília — Foto: Reprodução/TV TEM
Além disso, o “atalho” sugerido pela prefeitura não está em boas condições. Tem muito lixo e, quando chove, fica cheio de lama. Além disso, na terça-feira (16), a equipe de reportagem flagrou um trator no local despejando terra em vários pontos desse acesso, dificultando o trânsito de veículos na via.
Nesta quarta-feira (17), a prefeitura bloqueou o acesso ao trecho. Portanto, todos os motoristas estão pagando a tarifa nesta quinta-feira (18).
Concessionária fechou acesso ao “atalho” que desviava do pedágio em Marília — Foto: TV TEM/Reprodução