Mulher morta em incêndio causado pelo marido é enterrada em Assis
Foi enterrada no final da manhã desta segunda-feira (23) a mãe do bebê que morreu carbonizado durante um incêndio a uma casa, em Assis (SP), no sábado (21). Franciane Andrade Soares, de 23 anos, foi socorrida com ferimentos graves, mas morreu no Hospital Estadual de Bauru (SP) no domingo. O pai da criança é o principal suspeito do crime, segundo a Polícia Civil.
A vítima foi velada na Funerária São Vicente e sepultada às 11h, no Cemitério da Saudade. Já o corpo da menina de um ano foi enterrado na manhã de domingo.
Além da criança e da mãe, outras quatro pessoas estavam na casa. A sogra do suspeito teve queimadura leves, foi socorrida e recebeu alta. Os outros três filhos do casal, de 8, 6 e 2 anos, conseguiram sair da casa e não se feriram.
Testemunhas disseram à polícia que, quando o fogo começou no sábado (21), o homem de 29 anos já estava do lado de fora e a porta estava trancada com cadeado pelo lado externo, o que acabou dificultando a saída família. “O que nós estamos apurando é que a casa estava trancada por fora com cadeado e ele assistia a tudo sem nenhuma reação, não arrombou ou estourou a porta para que saíssem os que dentro da casa se encontravam. Isso aliado ao depoimento da testemunha faz com que nós nos convençamos de que ele foi o autor desse incêndio”, explica o delegado Luiz Antônio Ramão.
O suspeito Danilo dos Santos Costa está detido na penitenciária de Assis e vai responder por homicídio duplamente qualificado, por usar meio cruel e impossibilitar defesa. Ele também vai responder por tentativa de homicídio. O pai das crianças nega que tenha ateado fogo na casa, segundo o delegado.
Incêndio
A avó das crianças conta que dormia quando o incêndio na casa começou no sábado. Ela ficou ferida e já teve alta do hospital. “Eu dormi com as quatro crianças do meu lado, só que a nenê mama peito foi com a mãe, eu dormi e não vi nada. Eu acordei com um rapaz esmurrando a minha porta que estava saindo fumaça. Arrombei a porta embaixo e salvei as três crianças, mas a outra não deu”, conta emocionada Adriana Fiúza.
O vendedor Vanderlei Pedroso Pinheiro e outros vizinhos ajudaram a retirar da casa as crianças de 8, 6 e 2 anos, mas a menina de um ano, eles não acharam. “Estava trancada a casa, gritou socorro, salva minhas crianças. Eu e um colega meu arrombamos a porta, puxamos e salvamos as três crianças e a mulher que estava desmaiada, só que o nenezinho nós não achamos. Ele engatinhou, se escondeu.”
A bebê foi encontrada pelos bombeiros depois que o fogo foi apagado. Ela morreu carbonizada ao lado da cama da mãe e foi enterrada em seguida. As crianças foram levadas pelo Conselho Tutelar para uma casa abrigo.
Vizinhos disseram a polícia que o casal costumava brigar e que havia constantes ameaças.”Segundo os vizinhos, as brigas entre o casal eram constantes, com uso de álcool e drogas ilícitas também. Às vezes o suspeito desse incêndio dizia que atearia fogo na casa, o que teria sido feito com a família no interior da residência e ele do lado de fora”, diz o delegado.
A dona de casa Ivone de Lima mora bem ao lado da família e estava acordada quando o incêndio começou. “Eles começaram a brigar e ele falou para ela: vou matar você, vou tacar fogo. Daqui a pouco escutei um baque, já estava amanhecido, mesma coisa de uma bombinha, ai já vi a fumaça e sai correndo”, lembra. Fonte G1