Mulher se queixa de fortes cólicas e dá à luz em atendimento médico sem saber que estava grávida

Uma mulher de 28 anos deu à luz logo depois de se queixar de fortes cólicas na barriga, durante atendimento médico em um hospital de Birigui, no interior de São Paulo. O caso, que surpreendeu a família da grávida e os médicos, foi registrado no dia 9 de fevereiro.

Pesando 2,6 quilos e medindo 49 centímetros, Vallentina, como foi chamada a menina, nasceu de parto natural, na Santa Casa da cidade. Nara Helena Vieira da Silva revelou que a gestação durou oito meses.

Segundo a mãe, a notícia foi recebida com um susto por ela, pelo pai, José Gildo da Silva Farias, de 23 anos, e pela família deles. Isso porque Nara disse que não sentiu os sintomas da gravidez, como enjoos, além de não ter percebido o crescimento da barriga.

A mulher ainda contou que tomava anticoncepcional diariamente, mas estava com a menstruação regular, o que impediu que levantasse a suspeita de gravidez.

“Eu não sabia que estava grávida porque sou mais gordinha, já tenho barriga, então não deu para perceber, também não tive enjoo. Eu estava menstruando normal e sentia as dores que pareciam cólicas”, comenta a mãe.

Tanto que, com 20 anos de amizade, Ana Paula Manzini, de 37 anos, contou que em nenhum momento desconfiou de que a amiga estava grávida. À reportagem, a amiga disse que Nara manteve a rotina normal.

Na sexta-feira, Nara lembra que sentiu fortes cólicas, que pareciam com as que sentia quando menstruava. Por isso, foi ao pronto-socorro, recebeu medicação na veia, passou por atendimento médico e foi liberada. Conforme ela, em nenhum momento se cogitou uma gravidez.

“Os médicos me perguntaram se eu estava gestante e eu falei que não estava. Um médico apertou a minha barriga, mas não fiz exames. No toque, ele também não percebeu nada. Quando eu voltei lá, já estava em trabalho de parto”, lembra Nara.

De volta ao pronto-socorro, a mulher entrou em trabalho de parto e precisou ser encaminhada à Santa Casa. Em cinco minutos, de acordo com ela, Vallentina chegou ao mundo. A bebê foi levada à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por complicações.

Com o parto às pressas, a mãe contou que não conseguiu fazer um registro com a segunda filha logo após o nascimento.

Conforme a mãe, por não receber acompanhamento pediátrico durante a gestação, a filha, que está estável, deve permanecer internada na Santa Casa de Araçatuba (SP). A previsão é que ela seja levada à enfermaria nesta sexta-feira (16).

Nara ainda explicou que já é mãe de outra menina, de quatro anos, cuja cesárea foi de emergência porque passou por complicações na gestação. A mulher deu à luz com sete meses, após entrar em coma por eclampsia – condição de pressão arterial elevada e excesso de proteína na urina.

Depois de 10 dias, Nara revelou que acordou do coma e pôde, enfim, conhecer sua primeira filha. Agora, a família disse que torce pela alta médica de Vallentina, além de buscar doações para se estruturar e receber a menina em casa.

“É uma mistura de desespero e alegria. Na hora, foi um susto, mas agora está todo mundo feliz. Na primeira gestação, o médico disse que eu não podia engravidar, que, se eu tivesse outro filho, corria risco de vida. Na hora, eu fiquei com bastante medo, mas só pensava na minha filha”, finaliza Nara.

Fonte: G1