Mulher supera síndrome do pânico e depressão após adotar mais de 50 animais: ‘Eles me salvaram’
Após encontrar um cachorro abandonado e maltratado perto de sua casa, a moradora de Itapetininga (SP) Katiusca Angélica Lopes Ribeiro, de 38 anos, decidiu que queria salvar outros animais. Foi então que se tornou protetora independente e há sete anos cuida de sete cachorros e 53 gatos. Porém, o que ela não esperava era que todo esse empenho para resgatar animais maltratados também pudesse ajudar a mudar sua vida. Segundo Katiusca, adotar os animais fez com que ela conseguisse superar a síndrome do pânico e até a depressão.
“Eu sempre fui apaixonada por animais, mas tudo começou quando eu ainda estava noiva e encontrei um cachorro da raça Perdigueiro, que estava abandonado. Na época, meu marido morava em uma casa de dois cômodos e lá acolhemos esse cão que tinha quase o meu tamanho. Foi então que passei a percorrer as ruas atrás de animais e o número em casa só foi crescendo. Em dezembro de 2016 fui diagnosticada com síndrome do pânico e começo de depressão por ser muito nervosa. Alguns dias não tinha vontade de sair da cama, mas sempre levantava, pois sabia que eles dependiam de mim. Eles me ajudaram a superar. Eles me salvaram”, conta a protetora.
Segundo Katiusca, ela acredita que a sobrecarga de tarefas foi o que acarretou a síndrome e a depressão. “Por mais que meu marido e filho me ajudem nas tarefas diárias, eu sempre acabava pegando toda a responsabilidade para mim, por isto comecei a desenvolver a doença. Atualmente eu passo por sessões em um psicólogo e ainda tomo antidepressivos, mas o que realmente me ajuda todos os dias é cuidar dos meus animais. É graças a eles que eu tenho vontade de sair de casa”, explica.
Paixão
De acordo com a protetora, o amor pelos animais surgiu ainda quando ela era criança, pois sempre foi rodeada pelos animais. “Porém, ainda não resgatava os cachorros da rua. Mas após ajudar o primeiro cachorro abandonado, eu conheci um grupo de voluntários através do Facebook e com o apoio e ajuda do meu marido e filho, aderi à causa e comecei a resgatar animais que encontrava abandonados no bairro. Tornei protetora dos animais independente”, explica.
Através do grupo, os integrantes têm contato com pessoas do Brasil inteiro que cuidam de animais que são abandonados e maltratados, explica a moradora. Em Itapetininga, segundo Katiusca, cerca de 15 pessoas são protetores independentes que, sem ajuda de órgãos públicos, se unem para cuidar dos animais.
“Nós protetores sempre nos ajudamos. Quando falta algum medicamento ou até mesmo ração, informamos no grupo. Então todos começam um mutirão para conseguir arrecadar o que precisamos. Estamos promovendo a campanha ‘Adote um protetor’. Se alguém gosta de animais, mas não pode adotar, ajude. Faça doações, leve para castrar, pois é isto que precisamos”, conclui.
Segundo Katiusca, a maioria dos animais resgatados é encontrada em situação crítica de saúde. Geralmente foram maltratados por seus antigos donos ou estão com alguma doença. E durante os anos em que cuida dos animais, ela acumula uma bagagem de histórias de superação.
“A gatinha Brenda de três meses foi uma das últimas que resgatei e nem parece ser a mesma. Eu encontrei ela jogada no meio de um entulho em um terreno baldio aqui do bairro. Por conta da rinotraqueíte, que é uma doença que afeta principalmente os gatos ainda filhotes, ela perdeu totalmente a visão de um olho e de outro ela enxerga apenas vultos”, conta a protetora.
E a maldade de algumas pessoas é constantemente flagrada por Katiusca., que afirma que já encontrou uma gata abandonada sem os dois olhos.
“A gata Dori foi abandonada sem os dois olhos, prenha e com um corte na barriga. No que eu a encontrei a levei ao veterinário, não conseguimos salvar seus filhotes, mas ela sobreviveu e hoje é um animal muito carinhoso”, explica.
Para Katiusca, o aumento no número de animais abandonados é devido à falta de conscientização. “Quando encontrei o cão Heros, por exemplo, ele estava em uma rua do Centro, muito magro e bebendo água quente de um buraco na rua. Diversas pessoas tiravam fotos e comentavam “que dó”, mas ninguém fez nada por ele. Eu o resgatei e hoje ele é um animal alegre e brincalhão”, conta. Fonte G1