No Dia da Saudade, jovem relembra experiências no país onde cresceu

 

A sensação de sentir falta de algo ou alguém é sentimento comum no mundo inteiro, mas apenas a língua portuguesa é capaz de descrevê-lo em uma só palavra: saudade. E esse sentimento, que recebeu o nome próprio no Brasil, é tão presente na vida das pessoas que até tem uma data especial para ser lembrado. Neste sábado (30) é comemorado o Dia da Saudade no Brasil.

Um dia para recordar de fatos e pessoas que traduzem essa sensação de ausência. Para a estudante nascida no Brasil Bruna Barbosa, de 19 anos, a saudade é traduzida pela lembrança de suas visitas a templos e campos de batalha em um país que fica do outro lado do globo terrestre. A jovem passou nove anos da infância na cidade de Kakegawa, no Japão, mas, atualmente mora em Dois Córregos(SP).

“Quando criança, uma das minhas melhores aventuras foi pegar a bicicleta e sair sem rumo pela cidade. Fui parar em um campo de batalhas antigo. Mesmo sabendo que lá aconteceram muitas mortes, o lugar era lindo, no alto de um morro”, conta Bruna, que se mudou para o Brasil por causa da crise econômica de 2008. “Meus pais perderam o emprego em 2008. Então, o governo japonês propôs um acordo para os estrangeiros, que era sair do país com as passagens pagas, mas quem saísse não poderia retornar”, comenta.

Mesmo morando há 8 anos aqui no Brasil, a jovem não está totalmente adaptada ao estilo brasileiro, mas conta que, apesar disso e da saudade dos tempos de infância, ela não sente vontade de voltar a morar no Japão. “Adoro aquele país. Mesmo existindo preconceito com estrangeiros, sinto saudade. Cresci e aprendi muito lá, mas quero conhecer o resto do mundo e muitas outras histórias”, conta Bruna.

Longe de casa
Nascida em Mineiros do Tietê, Thais Aizza, de 27 anos, também sabe como é sentir falta do local onde cresceu. Ela está longe da terra natal desde 2013, quando casou e se mudou para Framingham, nos Estados Unidos.

“Os primeiros meses foram complicados, tive que aprender uma nova língua e cultura. Tive que começar minha vida do zero”, conta. A dificuldade da nova rotina se somaram a saudade da “velha” vida. “É difícil ficar longe da família e amigos, principalmente em datas especiais.”

De fato, este sentimento difícil de traduzir existe em todo o mundo. A saudade surge por meio da lembrança de algo que um dia nos fez bem. Para Thais, a saudade valoriza os momentos com as pessoas que amamamos. “Com a distância, aprendemos a dar valor aos pequenos detalhes quando não podemos nos fazer presentes neles”, finaliza. Fonte G1