Número de animais silvestres socorridos aumenta em época de queimadas

Salvar animais tem sido a missão de muita gente. E esse é um trabalho ainda mais necessário em épocas nas quais o fogo destrói matas, a fumaça sufoca e os bichos ficam até mesmo sem água e sem alimento.

A chegada de animais à Associação Protetora de Animais Silvestres de Assis (Apass) é diária. A ONG funciona como um centro de triagem e reabilitação para que, depois de recuperados, os bichos sejam devolvidos ao habitat natural.

Os animais chegam machucados por diferentes motivos, mas, nessa época do ano de tempo seco, a demanda pelo serviço da associação aumenta, principalmente para atender aos que são vítimas de queimadas na região.

Os bichos mais rápidos, como os felinos, às vezes até conseguem escapar do fogo, mas, na fuga, ainda desorientados e muito assustados, correm o risco de serem atropelados.

Foi o que aconteceu com uma onça que chegou com a pata quebrada e precisou ser operada. A cirurgia deu certo e agora ela está em fase de recuperação, mas ainda vai levar um tempo para ser solta em local seguro.

Os prejuízos causados pelas queimadas vão muito além dos danos físicos, como as queimaduras e a intoxicação pela inalação de fumaça.

O abandono de filhotes preocupa bastante, porque muitas vezes os adultos conseguem escapar, mas deixam os pequenos para trás. Quando os adultos não têm essa sorte e acabam morrendo, os filhotes são levados para centros como esse em Assis. Isso sobrecarrega o berçário, que hoje está lotado.

Como são mais novos e sensíveis, eles precisam de um cuidado especial. É o caso da Priscila, uma tamanduá-mirim que vítima de um incêndio, mas já está bem melhor.

A Apass conta hoje com mais de mil animais, sendo todos resgatados. São antas, centenas de jabutis e muitas aves, como araras, maritacas e papagaios.

Há ainda tamanduá-bandeira, veado, muitos macacos de diferentes espécies e algumas onças pardas que, depois de recuperadas, passaram a morar no local, porque ficaram sem condições de voltar para a natureza.

Para acomodar melhor todos eles, o espaço está sendo ampliado, mas o objetivo é recebê-los temporariamente. A dificuldade é que o habitat natural desses bichos, quando queimado, demora anos para se recompor. Fonte G1