Operação da PF investiga compra de tablets com verbas do Ministério da Saúde
A Polícia Federal de Marília (SP) deflagra nesta quarta-feira (7) a operação Reboot, que investiga a compra de tablets pela Secretaria de Saúde de Marília com verba do Ministério da Saúde em 2016, durante o governo de Vinícius Camarinha.
Ao todo, são cumpridos 12 mandados de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Federal de Marília.
Foram cumpridos até o momento seis mandados de busca e apreensão em Marília, dois em São Paulo, dois em São Caetano do Sul, um em Osasco e um em Sete Barras. Não há informações de detidos.
Segundo a PF, as medidas restritivas foram determinadas pela Justiça Federal devido a indícios da prática de irregularidades durante procedimento licitatório no qual foram adquiridos 450 tablets, ao valor unitário de R$ 2.405 e total de R$ 1.082.250, com verbas do Ministério da Saúde.
Em nota, o ex-prefeito de Marília, Vinicius Camarinha, afirma que não é alvo de nenhuma investigação e que cada secretário possuía autonomia de gestão e contratação. Ele disse, ainda, que confia nos secretários que assumiram as chefias na época de sua administração.
De acordo com as investigações, as empresas participantes do pregão seriam todas vinculadas a uma só pessoa que possuiria relação de parentesco com vereador Danilo Bigeschi, que era assessor da Secretaria Municipal de Saúde na época.
O vereador disse que desconhece qualquer irregularidade em compra de equipamentos e serviços pela Secretaria Municipal de Saúde. Ele enfatiza, ainda, que nunca participou de processos licitatórios e que trabalha na secretaria há 20 anos como servidor público concursado, que possui ficha limpa e sempre se colocou à disposição da Justiça quando solicitado.
Ainda no ano de 2016, em outro pregão feito pela Secretaria de Educação de Marília, foram adquiridos outros 500 tablets praticamente idênticos pelo valor unitário de R$ 1.172.
As investigações apontaram ainda que a diferença de valores indica um prejuízo intencional gerado aos cofres públicos federais de aproximadamente R$ 500 mil.
Além do crime de fraude na licitação, as investigações apontam ainda indícios dos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, peculato e corrupção, além da possibilidade de lavagem de dinheiro.
Todo o material foi apreendido e as investigações continuam na delegacia da Polícia Federal de Marília. Fonte G1