Pai de jovem morta a tiros diz que filha era agredida e ameaçada pelo ex-companheiro: ‘Tinha medo de falar’
O pai da jovem de 19 anos que foi morta a tiros na madrugada desta quinta-feira (11) em Pompeia (SP) contou que a vítima era agredida e ameaçada pelo ex-companheiro. O homem de 37 anos é suspeito de cometer o crime e ainda não foi localizado pela polícia.
Segundo Valderei Alves de Souza, a filha Camila Eduarda Santos de Souza vivia junto com o suspeito João Paulo de Castro. Há dois meses, a jovem pediu a separação e voltou a morar na casa dos pais.
“Ela era vítima de agressão, mas tinha medo de falar isso para a gente com medo da minha atitude”, conta o pai da jovem.
Sem desconfiar que era agredida e ameaçada, o pai conta que o ex-companheiro da filha não levantava suspeita de ser agressivo.
“Para a gente aqui, ele aparentava ser uma pessoa super do bem, tratava ela bem na nossa frente, não aparentava ser esse monstro que se mostrou. Jamais a gente esperava que isso ia acontecer”, explica Valderei.
De acordo com a Polícia Civil, João Paulo trabalhava em uma fazenda na cidade de Oriente e pediu para um amigo levá-lo até a casa da ex-companheira para ver a filha de oito meses. No entanto, ao chegar no local, o homem invadiu a casa, sacou um revólver e efetuou disparos contra a vítima.
“Ele já desceu do carro disparando, atirando contra ela. Nisso ela entrou lá dentro gritando: ‘mãe, me ajuda pelo amor de Deus, não quero morrer, pelo amor de Deus’. Aí lá dentro, ele efetuou o tiro de misericórdia”, lembra o pai da jovem, que não presenciou o crime, mas relatou o que ouviu da esposa.
Além de Camila, na casa também estavam a mãe da jovem, a filha bebê do casal e outra criança, de um ano e nove meses, filha da vítima de um relacionamento anterior.
A Polícia Civil informou que João Paulo fugiu após o crime e o homem que estava no carro com ele foi ouvido e liberado. O amigo contou à polícia que ele não sabia que o suspeito estava armado e da intenção dele, de matar a ex-companheira.
O caso está sendo investigado como feminicídio. Até o início da manhã desta sexta-feira (12), o suspeito estava foragido. Segundo a Polícia Civil, foi expedido um mandado de prisão preventiva contra ele e a polícia espera que ele se apresente com um advogado.
“Meu desejo é que a Justiça seja feita, que esse crime não caia no esquecimento e não fique impune. Esse é meu desejo de pai”, declara Valderei.