Paraguaçu Paulista está há 60 dias sem médicos no posto de saúde por desistências no programa Mais Médicos

A região de Marília (SP) concentra o maior número de desistências do programa Mais Médicos, do governo federal,o Centro-Oeste Paulista, segundo dados do Ministério da Saúde.

Os dados apontam que o índice chega a quase 40% de baixas entre 27 profissionais que preencheram vagas na região e que já abandonaram os cargos, segundo dados das prefeituras.A situação na região supera a média nacional de baixas do programa.

Na semana passada, o Ministério da Saúde confirmou que 1.052 profissionais desistiram do programa Mais Médicos nos primeiros três meses do ano. O número representa 15% das vagas preenchidas por médicos brasileiros após a saída de Cuba do programa em novembro de 2018.

Em algumas cidades, como em Paraguaçu Paulista, o prédio do posto de saúde, que é novo e tem toda estrutura de uma unidade básica, está há 60 dias sem médicos.

A unidade fica em um das regiões mais carentes da cidade e o último que fazia parte do programa não ficou nem três meses no cargo.

Na cidade, desde que houve a ruptura no termo de cooperação Brasil-Cuba no final do ano passado, os médicos cubanos que trabalhavam na cidade deixaram o cargo. Cinco vagas foram preenchidas por brasileiros, mas três médicos desistiram do trabalho.

Segundo Ângela Major, dirigente do Departamento de Saúde de Paraguaçu Paulista, outros médicos se revezam com uma carga horária menor. A preocupação do órgão é com a possibilidade de corte de verbas do programa do governo federal.

“Nós temos o repasse feito pelo Ministério da Saúde pelo programa, mas com a ausência do profissional surge uma crítica que pode gerar o corte do recurso financeiro”, explica a dirigente.

Outra cidade da região em situação delicada é Oscar Bressane, onde o médico que atendia no único posto da cidade deixou o programa no final do ano passado. A prefeitura fez um contrato emergencial com outros dois médicos para cobrir a carga horária.

De acordo com o prefeito Luiz Antônio Romano, os profissionais médicos que já faziam parte do quadro da cidade tiveram a carga horária aumentada e foram contratados mais dois novos profissionais para suprir a demanda.

“A gente tinha um gasto mensal de R$ 2 mil, que era um repasse para o profissional médico, mas hoje temos um gasto de R$ 25 mil que não estava no nosso planejamento”, explica o prefeito. Fonte G1